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Documentário mostra os últimos dias de uma comunidade destruída por um furacão

Cena do documentário "A Árvore dos Morangos", dirigido por Simone Rapisarda Casanova - Divulgação
Cena do documentário "A Árvore dos Morangos", dirigido por Simone Rapisarda Casanova Imagem: Divulgação

Chico Fireman

Do UOL, em São Paulo

20/10/2012 05h30

“A Árvore dos Morangos”, um dos documentários presentes na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, deveria ser o registro poético do cotidiano dos moradores da vila de Juan Antonio, uma comunidade de pescadores na costa noroeste de Cuba. Em sua essência, o filme é um elogio à trajetória diária das pessoas simples que habitam um dos locais por onde Colombo passou há 500 anos, quando chegou à América.

No entanto, o filme, dirigido pelo italiano Simone Rapisarda Casanova, terminou como o último documento daquela população. Semanas depois do fim das gravações, a vila foi devastada por um furacão que provocou estragos pelo Caribe. Na cena inicial, os protagonistas dessa história, sobreviventes da tragédia, contam como escaparam da fúria dos eventos, com um humor que brota com a mesma naturalidade que o diretor empresta a suas imagens.

Embora este seja seu primeiro longa-metragem, o diretor revela uma sensibilidade especial para registrar afetos. A câmera fixa é um modelo de linguagem, mas nunca oprime os personagens. Casanova parece eleger um recorte (um campo de futebol, a porta de uma casa) e abrir espaço para a vida fluir na frente dela, deixando os moradores à vontade e capturando, mais do que seu dia a dia, sua espontaneidade.

As particularidades desta comunidade, que preserva traços indígenas à medida que os mistura com os hábitos trazidos pela colonização, ganham um peso diferenciado quando o espectador lembra que está diante de um registro final. A infeliz coincidência extracinematográfica deu a “A Árvore dos Morangos” um papel importante, o de imortalizar a história de um povo.

TRAILER DO FILME "A ÁRVORE DOS MORANGOS"


Serviço

"A Árvore dos Morangos", de Simone Rapisarda Casanova (Itália, Cuba, Canadá)

Quando: Sábado (20), às 14h40
Onde: Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 2 - rua Frei Caneca, 569 - Consolação (sessão 108)

Quando: Domingo (21), às 14h
Onde: Reserva Cultural 1 - avenida Paulista, 900, Bela Vista (sessão 251)

Quando: Terça (30), às 18h
Onde: MIS (Museu da Imagem e do Som) - avenida Europa, 158, Jardim Europa (sessão 1114)