Sony Pictures é processada por citar William Faulkner no filme "Meia-Noite em Paris"
Do UOL, em São Paulo
26/10/2012 09h42
Os detentores do patrimônio do escritor William Faulkner (1897-1962) afirmam que a Sony Pictures Classics não tinha o direito de usar uma citação do livro “Requiem For A Nun” no filme “Meia-Noite em Paris” (2011), de Woody Allen, segundo o site Deadline.
Faulkner Literary Rights moveu a ação nesta quinta-feira (25) em um tribunal federal de Mississippi, nos Estados Unidos.
A citação em questão foi dita pelo personagem principal do filme, Gil Pender (Owen Wilson), um roteirista de Hollywood que viaja de volta no tempo para conviver com os grandes escritores e artistas dos anos 1920. Quando ele descreve suas experiências, em um ponto ele diz: "O passado não está morto! Na verdade, nem é mesmo passado. Você sabe quem disse isso? Faulkner. E ele estava certo. E eu o conheci, também. Corri de encontro a ele em um jantar."
No livro, a passagem diz: "O passado nunca está morto. Ele não é nem mesmo passado."
O processo afirma que a Sony deveria ter solicitado autorização para utilizar a frase de Faulkner. A Faulkner Literary Rights alega violação de direitos autorais e violação da Lei Lanham e quer indenizações compensatórias e punitivas, taxas legais e alguns dos lucros do filme, que faturou US$148,4 milhões nas bilheterias mundiais.
A Sony ainda não comentou o caso, mas a defesa comum dos criadores que citam material de outros autores é que ele é transformador o suficiente para se qualificar como um uso justo.