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"Magic Mike" mostra vida de strippers com a profundidade de uma "Sessão da Tarde"

Mike e os strippers se apresentam no clube noturno do filme "Magic Mike" (31/10/2012) - Divulgação
Mike e os strippers se apresentam no clube noturno do filme "Magic Mike" (31/10/2012) Imagem: Divulgação

James Cimino

Do UOL, em São Paulo

01/11/2012 06h30Atualizada em 02/11/2012 02h53

Chega aos cinemas nesta sexta-feira (2) “Magic Mike”, filme do diretor Steven Soderbergh (“Traffic”, “Erin Brocovitch”) que retrata superficialmente a vida de um grupo de strippers masculinos em um clube de mulheres em Tampa, na Flórida.

Como o próprio nome diz, a história é centrada em seu herói Mike (Channing Tatum), dançarino principal que aos 30 anos pensa em abandonar essa e sua carreira de construtor de telhados para ter seu próprio negócio.

Como não consegue um empréstimo devido à crise americana e à natureza um pouco obscura de suas finanças, acaba tendo que manter seus dois empregos até sabe-se lá quando.

No meio de seu caminho, ele encontra Adam (Alex Pettyfer), um rapaz de 19 anos que abandonou a universidade e ainda não sabe o que quer da vida. Fácil, fácil ele descobre: mulheres, dinheiro, sucesso, drogas, festas e tudo o que a vida noturna pode lhe oferecer.

Paralelamente a sua ascensão, acompanhamos a queda (ou nesse caso talvez coubesse melhor a palavra “redenção”) de Mike. Ao se tornar amigo e protetor de Adam, acaba conhecendo sua irmã Brooke (Cody Horn), uma garota “careta” para seus padrões, mas que acabará “tirando Mike dessa vida”.

Inspirada em parte na vida do protagonista e produtor do filme (Tatum foi dançarino de um clube de mulheres), a história poderia se aprofundar mais nas questões que apresenta. A evidente solidão de Mike e sua dificuldade em aceitar as limitações sociais impostas por sua profissão são tratadas de forma bastante rasa. O processo de transformação de Adam em estrela do strip masculino também parece carecer de um conflito mais dramático.

Ok, pode ser que a intenção do diretor não seja mesmo tratar o longa como um filme de arte, com grandes discussões sociológicas acerca da vida dos strippers, mas fazer dele um mero filme de entretenimento. E se o caso é o segundo, funciona bem.

Mike é um protagonista apaixonante. Embora se fantasie de pedreiro, bombeiro, construtor, médico, policial, por trás daquele peito bate o coração de um príncipe encantado do submundo, capaz de sacrificar seu sonho por amor a sua musa.

E fora a ótima performance de Mattew McConaughey como o cafetão Dallas, não vai além disso. Não fosse o festival de torsos, barrigas tanquinho, bíceps, tríceps e quadríceps, seria um ótimo título para a “Sessão da Tarde”.

CENA EXCLUSIVA DE CHANNING TATUM TIRANDO A ROUPA EM "MAGIC MIKE"