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Exibição de "Nosferatu" ao ar livre atrai 15 mil pessoas ao Parque do Ibirapuera

A Mostra de Cinema de São Paulo terminou nesta sexta-feira, com a projeção do filme "Nosferatu", de F. W. Murnau, no Auditório do Ibirapuera. A Orquestra Petrobras Sinfônica e o coro Projeto X fizeram o acompanhamento musical para a exibição, com regência do Maestro alemão Pierre Oser. (2/11/2012) - Fernando Donasci/UOL
A Mostra de Cinema de São Paulo terminou nesta sexta-feira, com a projeção do filme "Nosferatu", de F. W. Murnau, no Auditório do Ibirapuera. A Orquestra Petrobras Sinfônica e o coro Projeto X fizeram o acompanhamento musical para a exibição, com regência do Maestro alemão Pierre Oser. (2/11/2012) Imagem: Fernando Donasci/UOL

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

03/11/2012 07h59Atualizada em 03/11/2012 15h14

O dias dos finados teve clima sombrio para 15 mil paulistanos, que deixaram de viajar no feriado, para conferir a exibição do filme “Nosferatu”, ao ar livre, no Parque do Ibirapuera.

Uma cópia restaurada do clássico mudo de F.W. Murnau, de 1922, foi projetada na parede do Auditório Ibirapuera na última sexta (2), como parte do encerramento da 36ª Mostra Internacional de Cinema.

A sessão do filme teve trilha sonora da Orquestra Petrobras Sinfônica e do coro Projeto X, que executaram, pela segunda vez no mundo, a peça escrita pelo maestro alemão Pierre Oser em homenagem ao centenário do escritor irlandês Bram Stoker, autor de “Drácula”, obra em que “Nosferatu” é inspirada.

O evento atraiu um público diversificado ao Parque do Ibirapuera. Frequentadores da Mostra de Cinema, fãs do filme, famílias, casais de namorados e integrantes da passeata Zombie Walk se espalharam pelo gramado, formando um mar de gente para conferir o filme.

Ao término da exibição, que começou às 20h e teve 90 minutos de duração, a plateia aplaudiu o espetáculo em pé por alguns minutos.

Uma das pessoas mais emocionadas ao fim da projeção era Ana Paula Campolongo, 45. “Achei emocionante. Eu já sabia que ia ter o evento e deixei de viajar para vir conferir”, disse ela, elogiando a estrutura montada pela organização. “Achei a ideia de projetar na parte de trás do Auditório muito boa, porque deu para todo mundo ver. As legendas também estavam impecáveis”, acrescentou.

Rodeada pelos filhos Eduardo, 19, Gustavo, 13 e Luiza, 9, ela comentou que, apesar de o filme ser recomendado para menores de 12 anos, as crianças não tiveram medo e chegaram a “achar graça” de algumas cenas.

Nem todo mundo teve a mesma sorte que Ana Paula. As amigas Priscila e Leia, 25, chegaram faltando 10 minutos para o início do evento e encontraram dificuldades para achar um lugar com boa visibilidade.

“A ideia de ver um filme clássico ao ar livre é muito adequada, mas acho que eles (a organização do evento) poderiam ter arrumado melhor o espaço”, disse ela, referindo-se às tendas montadas no gramado que atrapalharam a visão.

A maioria do público, no entanto, pareceu não se importar com a lotação. Algumas pessoas chegaram a subir nas estátuas e monumentos do gramado para obter uma visão mais privilegiada do telão. Nem o canto de um quero-quero que resolveu se manifestar durante uma parte tensa do filme tirou a concentração da plateia, que vibrou e aplaudiu a participação especial do pássaro.

“Até o quero-quero foi perfeito”, disse Eloy Nogueira, 45, que estava acompanho do pai Nilton, 78 e da sobrinha Maíra, 14. O trio, que já havia visto o filme em DVD, achou “outra coisa” assisti-lo ao ar livre e com a trilha de Pierre Oser. “A música deu o tom certo das cenas, deixando o filme mais tenso em alguns momentos”, comentou Nilton, acrescentando que viu mais de 40 longas da programação da Mostra.

Quem também estava muito animado ao fim da exibição era o designer de joias Andree Guittcis , 51. Acompanhado de um barulhento grupo de oito amigos, ele aproveitou o evento para fazer um piquenique de despedida, já que está de mudança para Nova York.

Ator, ele contou que é “muito íntimo” do filme “Nosferatu” e que interpretou o vampiro em um curta chamado “Nosferatus, A Ruína das Trevas”.

“Meus amigos pediram para que eu viesse caracterizado, quase vim, mas a maquiagem demora quatro horas para ser feita”, disse.

De acordo com dados da assessoria de imprensa da Mostra, informados ao término do evento, o público foi de 20 mil pessoas no Parque do Ibirapuera durante a exibição do filme. O número foi atualizado na manhã deste sábado (3) para 15 mil pessoas.