"É um verdadeiro fenômeno cultural", diz a roteirista da saga "Crepúsculo"
Melissa Rosenberg vai sentir falta das pré-estreias de "Crepúsculo". "O pessoal me pergunta: 'O que você vai levar disso tudo? Do que, daqui a vinte anos, você vai se lembrar?'", conta a roteirista dos cinco filmes da saga, incluindo o último, "Amanhecer - Parte 2", que estreou no Brasil em 16 de novembro.
"Sério, uma das coisas mais legais são as pré-estreias", ela prossegue. "É um verdadeiro fenômeno cultural. É como estar no Teatro Ed Sullivan quando os Beatles chegaram. É o mesmo tipo de loucura maravilhosa e fazer parte dela é sensacional – principalmente para mim, roteirista, que fico sempre escondida numa sala escura. Poder interagir com as pessoas dessa forma é incrível."
Melissa sempre trabalhou na TV, como roteirista e/ou produtora de programas como "Class of '96" (1993), "Birds of Prey" (2002) e "Dexter" (2006-2009) antes de adaptar o livro de Stephenie Meyer, "Crepúsculo", em 2008. O filme fez um sucesso estrondoso, faturando quase US$ 400 milhões no mundo inteiro, e a Summit Entertainment a convidou para fazer o segundo e o terceiro, "Lua Nova" (2009) e "Eclipse" (2010). Ambos foram sucessos ainda maiores e, assim, já foi dado como certo que faria também os dois últimos.
A segunda parte de "Amanhecer" encerra a tortuosa história de amor entre a humana Bella Swan (Kristen Stewart) e o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson). Os dois estão casados, Bella agora é uma vampira e a filha deles, Renesmee (Mackenzie Foy), se torna o motivo de uma guerra que coloca Bella, a família Cullen e seus aliados contra as forças do terrível Volturi, vampiro que encara a existência da menina híbrida como uma blasfêmia.
Por telefone de seu escritório em Los Angeles, Melissa explica que a conclusão de "Amanhecer" tem tudo a ver com a transformação de Bella. "A cada filme ela foi sendo testada, mais e mais, foi se fortalecendo, e agora se tornou autossuficiente", analisa. "Nesse filme, ela alcança seu objetivo, primeiro se tornando vampira, que é o que ela quis durante os quatro filmes anteriores, e depois assumindo esse poder que é único, especial. Todo mundo busca a mesma coisa. É um sentimento universal. Ela entra numa viagem, tipo: 'Eu tenho poder; agora, tenho que descobrir como usá-lo'."
Melissa acrescenta que gostou muito de escrever os cinco filmes para Stewart, Pattinson e Taylor Lautner, que interpreta Jacob. "A minha técnica foi evoluindo assim como a deles, que também amadureceram e apuraram a arte da representação", ela confirma.
Ela também viu os três explodirem – para o bem e para o mal – e se transformarem em grandes astros. "Fico meio preocupada com eles", confessa. "Para mim, seria uma situação assustadora. É claro que também representa uma oportunidade incrível, como aconteceu comigo, mas ninguém sai me perseguindo pela rua."
Graças a "Crepúsculo", Melissa se tornou a roteirista mulher mais bem sucedida... de todos os tempos. É também uma das poucas profissionais a adaptar uma franquia inteira. Steve Kloves, por exemplo, é responsável por sete dos oito roteiros de Harry Potter, enquanto Neal Purvis e Robert Wade escreveram juntos as últimas cinco aventuras de James Bond.
"Acho que dá regularidade à franquia", ela afirma, "e isso é importante, já que os diretores vêm e vão. Nos filmes de 'Crepúsculo', a estabilidade veio dos atores, de Stephenie e os produtores. Os diretores acrescentaram seus pontos de vista a cada longa, mas o fato de ter uma única roteirista deu continuidade, exatamente como os livros".
"Já dividi muito trabalho na minha vida e sei que isso não é frequente", conclui Melissa que, a seguir, vai escrever e produzir "Red Widow", uma série para a ABC. "Formamos um grupo muito unido, que trabalhou superbem junto."
* (Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York)
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