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Mostra de Tiradentes seleciona 2 ficções e 5 documentários para disputar prêmio Aurora

Do UOL, em São Paulo

27/12/2012 09h37

A 16ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, selecionou cinco documentários e duas ficções para o prêmio Aurora de 2013. Pela primeira vez, o filme vencedor receberá o Prêmio Itamaraty no valor de R$ 50 mil, além do Troféu Barroco da Mostra Tiradentes e serviços cinematográficos ofertados por empresas parceiras. O evento acontece entre 18 e 26 de janeiro de 2013.

Os selecionados são:

- "Ferrolho" (Taciano Valério – PB)
- "Ventos de Valls" (Pablo Lobato – MG)
- "Flutuantes" (Rodrigo Savastano-RJ)
- "Linz – Quando Todos os Acidentes Acontecem" (Alexandre Veras – CE)
- "Matéria de Composição" (Pedro Aspahan-MG)
- "Nas Minhas Mãos eu Não Quero Pregos" (Cris Ventura- MG)
- "Os Dias com Ele" (Maria Clara Escobar-SP).

A Mostra competitiva, realizada há seis anos, apresenta novos diretores com até três longas na carreira que realizam filmes independentes - um cinema autoral e de risco em suas propostas. Os filmes serão avaliados pela Júri da Crítica e pelo Júri Jovem.

"Havia mais de 35 filmes inéditos inscritos com perfil para a Mostra Aurora. Eu poucas vezes vi o Aurora com tanta personalidade própria", disse o curador da Mostra, Cléber Eduardo.

Conheça as sinopses:

"Ferrolho", de Taciano Valério (PE) – Ficção
Enquanto um time de futebol realiza seus jogos, acontecimentos são vivenciados nos interiores das casas. Noutros espaços o barro é a medida do conflito de uma família.

"Flutuantes", de Rodrigo Savastano (RJ) – Documentário
E não acontecerá mais coisa alguma que não se possa inventar / e não esqueceremos absolutamente que se pode esquecer / e não poderemos ficar paradas diante do imenso centro sol // as mudanças são encontros de mundos que se movem - tudo pulsa.

"Linz - Quando Todos os Acidentes Acontecem", de Alexandre Veras (CE) – Ficção
O acidente é aquilo que se arma como uma contingência, aquilo por onde se perde o controle. O acidente persegue uma disposição para o acaso através de uma atemporalidade, uma espécie de fora da história. Ao mesmo tempo é através do acidente que se pode armar uma saída para uma outra compreensão da história e, principalmente, daquilo que sobra como memória fixa ou monopólio da memória fixa. Como imprevisto, o acidente se coloca numa linha de frente, um confronto, como aquilo que provoca uma aderência ao corpo, para o corpo, atravessa e rasga um corpo possível e se move. Diante de uma mobilidade infinita, porque não é previsível nem planejado, o acidente é todo movediço, circular e tocado por um rodopio incessante, que é também elíptico, rompido, mas também contínuo.

"Matéria de Composição", de Pedro Aspahan (MG) – Documentário
Documentário sobre o processo de criação da composição musical erudita contemporânea brasileira na relação com o cinema. Entregamos um mesmo vídeo ensaio a três compositores e encomendamos deles uma peça musical que dialogasse com o vídeo. Dois anos depois, após acompanhar todo o processo, da composição aos ensaios, concerto, gravação e mixagem das músicas, chegamos a este filme.

"Nas Minhas Mãos Eu Não Quero Pregos", de Cris Ventura (MG) – Documentário
Maurino de Araújo mora no bairro Primeiro de Maio (Belo Horizonte) há mais de 30 anos, escultor reconhecido internacionalmente, tem uma vasta produção de obras em madeira, vive numa casa modesta e dança pelas ruas com seu guarda-chuva em dias de sol.

"Os Dias com Ele", de Maria Clara Escobar (SP) – Documentário
Uma jovem cineasta que mergulha no passado quase desconhecido de seu pai. As descobertas e frustrações de acessar a memória de um homem e de um tempo da história brasileira que são raramente expostos. Ele, um intelectual brasileiro, preso e torturado durante a ditadura militar não fala sobre isso desde aquele tempo.

"Ventos de Valls", de Pablo Lobato (MG) - Documentário
Ana, uma menina de três anos de idade, acompanha a sua fami?lia a? Catalunha numa viagem de retorno a terra natal apo?s meio se?culo de dista?ncia. Reunidos na pequena cidade de Valls, seis irmãos Panadés estão aonde cresceram, numa e?poca conturbada da histo?ria espanhola, devastada pela guerra civil e pelas dificuldades do pós-guerra. À atenção da menina surgem paisagens, histo?rias, antigas fotos, receitas e canções de roda. A saga dos Panadés se mistura assim ao universo da criança, apesar da guerra, do oceano e da trage?dia. Ventos de Valls e? um ensaio dedicado a memória e a infância.