"Barbara" mostra como era a vida sob vigilância do regime comunista na Alemanha Oriental
Alessandro Giannini
Do UOL, em São Paulo
10/01/2013 07h00
Ambientado na Alemanha Oriental dos anos 70, no auge da Guerra Fria, "Barbara", de Christian Petzold, mostra como era a a vida sob o olhar vigilante da opressiva Stasi, polícia política do regime comunista. Na época, os pais de Petzold fugiram para a Alemanha Ocidental.
Com cerca de 90 mil informantes, o Ministério para a Segurança do Estado vigiava os 17 milhões de habitantes do país, especialmente quem se candidatava a ir para o ocidente ou era considerado inimigo da nação.
A personagem título, interpretada por Nina Hoss, é uma médica de ótima reputação transferida para uma pequena cidade do interior justamente por querer sair do país. Vigiada por agentes locais, ela recebe dinheiro de um amante da Alemanha Ocidental, que quer ajudá-la a financiar sua fuga.
Petzold mostra uma Alemanha Oriental sem olhar preconceituoso ou indicações que possam pesar no julgamento do espectador. Tudo é informado pelo comportamento dos personagens e a reconstituição da época, pelos cenários e os objetos de cena.
Para manter o distanciamento, o diretor se apoia em um roteiro sem muitos diálogos, que aposta na expressividade das interpretações. Uma equação nada fácil de conseguir.
É a quinta vez que Petzold e Hoss trabalham juntos, depois de ela ganhar o Urso de Prata por sua interpretação em "Yella", no Festival de Berlim 2007. Nesta parceria, foi a vez de o diretor conquistar seu Urso de Prata, no festival alemão de 2012.