Com direção limitada, "Jack Reacher" aposta na vocação para herói de Tom Cruise
Tom Cruise encarna um vingador sem patrão nem endereço fixo, mas sempre alerta para as injustiças em "Jack Reacher - O Último Tiro", filme baseado no livro de Lee Child. O roteiro e direção ficam por conta de Christopher McQuarrie -- vencedor do Oscar de roteiro original em 1996 pelo trabalho em "Os Suspeitos".
Houve temor dos produtores na estreia norte-americana do filme, em dezembro, que ocorreu poucas semanas após o massacre na escola primária de Newtown, nos Estados Unidos, episódio que custou a vida de 26 pessoas, 20 delas crianças.
O motivo para a apreensão está na abertura do longa: uma sequência em que um atirador, munido de arma de grosso calibre e mira telescópica, esconde-se no alto de um estacionamento em Pittsburgh e mata cinco pessoas, inclusive uma criança.
No entanto, o filme não sofreu maiores prejuízos, figurando entre as dez principais bilheterias norte-americanas e arrecadando, até o momento, quase US$ 65 milhões.
O ex-militar Jack Reacher aparece na história depois que o suspeito preso Barr (Joseph Sikora) menciona seu nome. Pouco antes de entrar em coma após ser agredido, o possível assassino pede para chamar o herói vivido por Cruise.
Os dois se conhecem de um episódio complicado na vida de Barr, quando ainda eram soldados. Eles não são amigos, e Reacher desconfia sobre os reais motivos de seu nome vir à tona.
Como sua especialidade é a investigação por conta própria, Reacher começa a descobrir uma série de furos no inquérito que indiciou Barr como único suspeito das mortes. O trabalho fora conduzido pelo detetive Emerson (David Oyelowo).
As falhas descobertas por Reacher caem como luva para a advogada de Barr, Helen Rodin (Rosamund Pike), que tem nas mãos um caso altamente complicado. Apesar do temperamento áspero de Reacher, forma-se uma previsível aliança entre ele e Helen e uma atração nunca muito assumida.
VEJA TRAILER LEGENDADO DE "JACK REACHER - O ÚLTIMO TIRO"
É visível que a direção não sabe tirar o melhor partido das situações, dando-se melhor em sequências de ação -- a enervante cena inicial e uma perseguição de automóveis são particularmente bem-feitas. McQuarrie não se sai tão bem nos momentos entre Cruise e Rosamund Pike, cujo personagem parece mal delineado.
Uma atração à parte está em duas participações de veteranos: a primeira, do premiado diretor alemão Werner Herzog na pele de Zec, o bandido mais maligno do pedaço e que protagoniza duas sequências marcantes; e Robert Duvall, do alto de seus bem-vividos 82 anos, contribuindo com legítimos momentos de humor no movimentado segmento final.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb (via Reuters)
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