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Schwarzenegger traz ação das antigas em "O Último Desafio", 1º papel principal em 9 anos

Arnold Schwarzenegger contracena com Rodrigo Santoro em "O Último Desafio" (2013) - Paris Filmes/ Divulgação
Arnold Schwarzenegger contracena com Rodrigo Santoro em "O Último Desafio" (2013) Imagem: Paris Filmes/ Divulgação

Guilherme Solari

Do UOL, em São Paulo

17/01/2013 14h00

“O Último Desafio”, que estreia nesta sexta-feira (18) nos cinemas, marca o primeiro papel principal de Arnold Schwarzenegger em quase uma década, período no qual se dedicou à carreira política de “governor” da Califórnia. O filme, com Rodrigo Santoro no elenco, mostra que o veterano não perdeu o toque com o hiato das telas, atuando em um filme que mistura ação cinematográfica das antigas com novas influências do gênero.

O longa acompanha Ray Owens (Arnold Schwarzenegger), xerife de uma pequena cidade na fronteira entre o México e os EUA chamada Sommerton que tem sua rotina tranquila destruída quando um mafioso escapa da custódia do FBI e usa o povoado como rota de fuga. Owens precisa então preparar com seus poucos auxiliares e recursos uma última linha de defesa contra um exército de bandidos armados até os dentes que invade a cidade.

O tema do “policial sitiado” lembra clássicos como “Duro de Matar” e “Assalto à 13ª DP”, assim como faroestes do estilo “Rio Bravo” e “El Dorado”. O filme segue direitinho a cartilha do cinema de ação, trazendo doses generosas de destruição, fugas espetaculares, vilões exagerados, frases de efeito e trechos de humor, com destaque para as cenas de tiroteio de sensação dura e implacável. “O Último Desafio” parece um filme do Schwarzenegger dos anos 1980 ou 1990 que por algum motivo você não assistiu.

Porém, o longa não se apoia em saudosismo, e mostra que o diretor coreano Jee-woon Kim, que estreia em Hollywood, está bem antenado no cinema de ação pós-”Bad Boys”. “O Último Desafio” traz várias cenas de perseguições automobilísticas que parecem saídas diretamente de “Velozes e Furiosos”.

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Exageros estapafúrdios existem - como uma manobra na qual o supercarro do vilão consegue dar cabo a dois furgões da SWAT -, mas os excessos acabam sendo perdoados com bom humor e aplausos da plateia. Até as cenas de luta estão mais para o jiu jitsu do UFC do que o kung fu mais predominante no gênero.

Por sorte, “O Último Desafio” não tenta ser um bom filme de ação do Schwarzenegger, mas sim um bom filme de ação com o Schwarzenegger. O veterano, com uma atuação um pouco dura, mas de inegável carisma, é a estrela indiscutível do longa, com bom espaço para o elenco de apoio. Johnny Knoxville, conhecido pela série “Jackass”, está em casa fazendo o papel de um completo idiota obcecado por armas.

Rodrigo Santoro interpreta o veterano de guerra e bêbado da cidade que alcança a redenção e auxilia o xerife a defendê-la. Até as pontas cômicas dos frequentadores da lanchonete pacata da cidade ajudam a compor Sommerton como um lugar tangível, não só um cenário a ser destruído.

“O Último Desafio” empolga com o carisma clássico do veterano e por seu equilíbrio muito cuidadoso entre a tradição e o novo. Além de ser um ótimo primeiro passo na tentativa de Schwarzenegger de, aos 65 anos, se reinventar para novas plateias enquanto agrada seus fãs de longa data.

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