Necessidade de criar espaço para a produção nacional é urgente, diz Cacá Diegues
Cacá Diegues, de 72 anos, considerado uma das referências do cinema nacional, disse à Agência Brasil que a escolha de seus filmes para exibição no Lincoln Center, em Nova York (Estados Unidos), é uma “homenagem ao cinema brasileiro e sua qualidade”.
O cineasta alertou, porém, que é urgente haver um incentivo para a instalação de mais salas de cinema no país, assim como ampliar o espaço para a produção nacional.
“A coisa mais urgente hoje no cinema brasileiro é aumentar o número de salas e encontrar um jeito de dar espaço aos nossos filmes nas mídias alternativas”, ressaltou Cacá Diegues à Agência Brasil, em entrevista concedida por e-mail. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Agência Brasil: O que representa para o cinema brasileiro a exibição dos seus filmes no Lincoln Center, em Nova York?
Cacá Diegues: É uma mostra retrospectiva de 14 de meus filmes. Acho que isso pode ser tomado como uma homenagem ao cinema brasileiro e sua qualidade.
Como foi feita a seleção dos filmes?
Quem fez a seleção dos filmes foram os próprios organizadores da mostra, os curadores do Lincoln Center. Não sei que outro critério eles adotaram senão o de suas próprias preferências.
Você observa mudanças do público norte-americano em relação ao cinema nacional? Se observa, quais são essas mudanças?
A presença do cinema estrangeiro nos Estados Unidos representa de 3% a 5% do mercado total. Ainda disputamos esse espaço tão pequeno com filmes europeus, asiáticos e do resto da América Latina. Mesmo assim, podemos dizer que temos uma certa presença, sobretudo, nesse nicho de arte.
Qual seria o melhor meio de estimular a produção nacional?
A coisa mais urgente hoje no cinema brasileiro é aumentar o número de salas e encontrar um jeito de dar espaço aos nossos filmes nas mídias alternativas, como TV aberta e paga, DVD e blu-ray, e sobretudo a internet.
Quais são os planos do senhor para 2013?
Até outubro, estarei começando a filmar "O Grande Circo Místico", inspirado em poema de Jorge de Lima, com música de Edu Lobo e Chico Buarque.
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