Polêmica com gays preocupa adaptação de "O Jogo do Exterminador"

Estúdios e distribuidores estão preocupados com a divulgação do filme “O Jogo do Exterminador”. Uma das apostas da distribuidora Summit Entertainment para o fim do ano, o longa é baseado no livro de ficção-cientifica “Ender’s Game”, de Oscar Scott Card. O escritor, porém, se envolveu recentemente em uma polêmica com a comunidade LGBT.

Oscar nunca escondeu ser contra os direitos dos homossexuais e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.Suas opiniões, porém, se tornaram mais ruidosas após ser contratado pela DC Comics, em 6 de fevereiro, para escrever um capítulo da nova série da HQ do Superman.

O escritor foi um dos oponentes mais raivosos nos anos 90 – e sua fama só piorou com as novas leis que permitem casamento entre pessoas do mesmo sexo em algumas cidades.

Em 2009, ele chegou a escrever um artigo no “Mormon Times”, uma publicação religiosa, e disse: “casamento tem apenas uma definição e qualquer governo que tentar mudar é meu inimigo mortal. Vou agir para destruir o governo e derrubá-lo”.

A contratação de Oscar pela DC Comics gerou uma onda de reclamações entre ativistas, simpatizantes e fãs de quadrinhos. Um abaixo-assinado, com 14 mil assinaturas, chegou a ser entregue ao estúdio de HQ, que foi econômico ao dizer que se trata de uma opinião pessoal, e “não a da própria empresa”.

Orçado em US$ 110 milhões e estrelado por Harrison Ford, Asa Butterfield, Viola Davis e Ben Kingsley, a adaptação de “O Jogo do Exterminador” é dirigida por Gavin Hood (de “X-Men Origens: Wolverine”) e tratada pela distribuidora como uma potencial grande franquia de ficção cientifica.

Segundo o “The Hollywood Reporter”, a Summit, tinha planos de levar o escritor para San Diego em julho, durante a tradicional Comic-Com. Segundo o site, eles avaliam que promover o filme sem o autor seria o equivalente a lançar o primeiro filme de Harry Potter sem a escritora JK Rowling. Ao mesmo tempo, se Orson aparecer no evento, o tumulto com os fãs pode se agravar.

Uma fonte do estúdio, ouvida pelo site, afirma que o consenso geral é “mantê-lo longe dos holofotes”.

Profissionais envolvidos especificamente no filme tentam se afastar da polêmica. E afirmam que estão trabalhando em cima da história, não do autor.

O filme, adaptado do livro lançado por Orson em 1985, se passa em um futuro próximo, quando a raça alienígena hostil dos Formics ataca a Terra. Os atos heroicos do Comandante da Frota Internacional, Mazer Rackham (Ben Kingsley), evitam o confronto. Em preparação para um próximo ataque, o Coronel Graff (Harrison Ford) e o exército internacional treinam apenas as melhores crianças em busca do futuro Mazer. Ender Wiggin (Asa Butterfield), um garoto tímido, mas potencialmente brilhante, é retirado da escola para se juntar à elite no treinamento.