Imprensa iraniana censura vestido de Michelle Obama no Oscar
Do UOL, em São Paulo
25/02/2013 18h59
A imagem da primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, durante cerimônia do Oscar, no último domingo (24), foi alterada pela agência Fars, braço midiático ligado à Guarda Revolucionária do Irã. A mulher do presidente dos Estados Unidos foi convidada para apresentar o prêmio de melhor filme da edição de 2013 do evento.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", o Irã restringe a exibição do corpo de mulheres na TV e em jornais impressos. O caso de Michelle não foi diferente: ela usava um vestido de alças e com decote, mas teve o peito e os ombros cobertos.
A audiência iraniana enxergou a versão mudada da imagem, de acordo como rege as leis do país asiático para exibições na TV estatal.
A prática é comum no Irã. Filmes podem chegar a receber tratamento especial, frame por frame, caso seja necessário encobrir partes do corpo ou cenas que contrariem a lei.
Segredo de Estado
A aparição de Michelle no Oscar foi tratada como segredo de Estado. Poucas pessoas sabiam que ela participaria da festa. Dias antes, a Academia divulgou que Jack Nicholson e Dustin Hoffman seriam os últimos nomes na lista de apresentadores.
Se a transmissão de Washington fosse interrompida ou algum problema ocorresse, Nicholson teria também um envelope que dava a "Argo" o Oscar de melhor filme.
Segundo o presidente da Academia, Hawk Koch, a participação de Michelle Obama foi arquitetada pelo produtor Harvey Weinstein.
Em entrevista ao site "The Hollywood Reporter", os produtores foram até Washington, em segredo, para conversar com Michelle. A missão foi comparada com o filme "Argo", no qual um agente da CIA resgata diplomatas americanos no Irã fingindo ser um produtor cinematográfico.