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Antes de assumir papel de pai, Tatum treinou pesado para atuar em "G. I. Joe 2"

Channing Tatum e Dwayne "The Rock" Johnson em cena de "G.I. Joe: Retaliação" - Divulgação
Channing Tatum e Dwayne "The Rock" Johnson em cena de "G.I. Joe: Retaliação" Imagem: Divulgação

Cindy Pearlman

Do Hollywood Watch

30/03/2013 08h00

Todo ator interpreta vários papéis, mas alguns têm maior significado que outros; para Channing Tatum, o próximo será o mais importante de sua vida.

"A paternidade será o meu maior papel", afirma ele. "Só espero fazer tudo certinho, inclusive poder dar uma desacelerada quando essa pessoinha chegar ao mundo".

PRÓXIMO PAPEL: PAI

  • Getty Images

    Tatum e a mulher, a atriz Jenna Dewan-Tatum, estão se preparando para grandes mudanças em seu estilo de vida; já ouviram todas as histórias sobre enjoos matinais, desejos em plena madrugada e, depois que o bebê nascer, uma infinidade de noites insones. Até agora, porém, não é o que tem acontecido. "Até agora está sendo bem tranquilo", ele admite. "Já tive que sair correndo no meio da noite para buscar picles e sorvete. De vez em quando levo uma barra extra de chocolate para casa... mas aí evito comer." Só não esperem vê-lo cantando canções de ninar. Embora tenha impressionado o público na festa do Oscar dançando com Charlize Theron, foi o apresentador Seth MacFarlane que soltou a voz em "The Way You Look Tonight". Sua imitação de Fred Astaire não vai além disso. "Posso até dançar para o bebê", brinca ele, "mas cantar, sem chance. Meu filho nunca vai me ouvir cantando". Tatum e Dewan estão casados há quatro anos ‒ e ele diz que, apesar da pressão que Hollywood coloca sobre um casamento entre famosos, estão muito felizes, sim. "É no dia a dia", explica ele, "que ela me faz querer ser uma pessoa melhor. Enquanto casal, procuramos o tempo todo crescer juntos, um desafiando o outro como indivíduo, como artista, como família. Ela me faz feliz. Desde o início eu sabia que tínhamos que ficar juntos. Nunca tive dúvidas". Ele jura que não sabe se será menino ou menina. "Não sabemos", conclui Tatum. "Vai ser uma daquelas grandes surpresas da vida. Não vejo a hora."

Se todo esse papo de bebê dá a impressão que Tatum está ficando mansinho, não se deixe enganar porque ele anda o dia inteiro falando com a imprensa para promover seu novo filme, "G.I. Joe: Retaliação", que chega aos cinemas brasileiros esta semana. Como o anterior, "G.I. Joe: A Origem de Cobra" (2009), é um show de testosterona, com Tatum, Dwayne Johnson e Bruce Willis no elenco de uma história que novamente coloca os G.I. Joes contra o grupo internacional de terrorismo Cobra.

"É totalmente diferente do primeiro filme", afirma ele. "Não apela para os efeitos especiais, aquele lance meio HQ. É mais baseado na realidade. Quiseram fazer uma versão mais militar mesmo, com armas de verdade, lasers e tal."

O ator confessa adorar o gênero, mesmo sabendo que não é o tipo de trabalho que ganha prêmios ou atrai críticas generosas.

"Adoro esses filmes porque as sequências de ação são espetaculares", explica. "Já fiz filmes desse tipo e muitas cenas de luta, mas as desse longa são ainda mais intensas. É o que os fãs esperam dessa história e dos atores."

E ele confessa que teve que fazer hora extra na academia para aguentar a puxada. "O negócio é encarar o papel como se você fosse um atleta se preparando para um jogo ou uma competição superimportante", define.

Aos 32 anos, Tatum batalhou para se tornar um dos jovens atores mais famosos de Hollywood --e revela alguns segredos para se manter assim.

"A regra número um é nunca ler o que escrevem a seu respeito", diz. "Para que se torturar? Porque você sempre vai se lembrar das críticas, e não dos elogios, pode crer."

"Nunca veja as entrevistas que fez para a TV", prossegue, "porque sempre vai se achar um pateta. É importante lembrar que você ganha a vida atuando, sim, mas em troca, tem que sujeitar a esse tipo de coisa".

"As únicas opiniões que me interessam são as das pessoas próximas a mim, minha família, minha mulher e meus amigos", resume ele. "O resto, é melhor ignorar."

Carreira
Nascido no Alabama, Tatum foi criado no Mississippi. Ele sempre se destacou nos esportes e seu desempenho durante o colégio lhe rendeu uma bolsa para a faculdade --que ele recusou para começar a trabalhar.

A princípio, não sabia bem que caminho seguir. Entre os vários empregos que teve, foi stripper numa boate da Flórida, o que serviu de base para o sucesso "Magic Mike" (2012), do qual é protagonista e também produtor.

"Eu tinha 18 anos e tinha três empregos para poder me manter", explica ele. "Esse foi só mais um. Eu gostava de me apresentar, gostava de dançar; não curtia muito a parte de tirar a roupa, mas nunca cheguei a ficar totalmente pelado."

Um trabalho de modelo levou a outro, que levou aos comerciais de TV nacionais da American Eagle, Mountain Dew e Pepsi. Daí para o cinema foi um pulo; Tatum estreou em "Coach Carter - Treino para a Vida" (2005) e fez sucesso como o astro de "Ela Dança, Eu Danço" (2006), onde conheceu sua futura mulher. Desde então, "G.I. Joe: A Origem de Cobra", "Inimigos Públicos" (2009), "Querido John" (2010), "Para Sempre" (2012), "Anjos da Lei" (2012) e "Magic Mike" o elevaram à categoria de astro e o levaram a dançar na cerimônia do Oscar.

Se você acha que é uma trajetória meio improvável para um ator, ele também acha.

"Cara, eu dei sorte", resume ele. "Você dá duro em todo trabalho que faz, mas não sabe qual vai estourar e qual não vai, ou seja, não pode fazer corpo mole nunca. Também tive sorte por ter trabalhado com gente supertalentosa que ajudou, e muito, a fazer os filmes darem certo."

"Talvez no fundo só tenha a ver com a escolha de papéis de personagens que eu curta e que eu ache que vão ser, de alguma forma, inesquecíveis."

BASTIDORES DE "G.I. JOE: RETALIAÇÃO"

Futuro
Um dos homens mais requisitados em Hollywood no momento, Tatum já estrelou dois longas em 2013 – além da estreia de "G.I. Joe: Retaliação", volta às telas em maio com o prestigiado drama de Steven Soderbergh, "Terapia de Risco" – e tem mais dois filmes até o fim do ano: o primeiro, "Ataque à Casa Branca", de Roland Emmerich, no qual interpreta um agente do Serviço Secreto que luta para salvar a vida do presidente quando um grupo paramilitar invade a Casa Branca. Jamie Foxx e Maggie Gyllenhaal também estão no elenco.

"Acabei de rodar um filme chamado 'Foxcatcher', com Bennett Miller, que vai ser sensacional", acrescenta.

No drama, baseado em fatos reais, ele interpreta o lutador olímpico David Schultz que, em 1996, foi assassinado pelo deficiente mental John DuPont (Steve Carell), membro da família milionária DuPont.

Também nos planos para o futuro está "Jupiter Ascending", que será dirigido por Andy e Lana Wachowski. O filme se passa num universo paralelo no qual os humanos estão na base da cadeia evolutiva.

Também já se fala de uma sequência para "Anjos da Lei", a comédia em que Tatum contracena com Jonah Hill. Pouco conhecido por sua veia humorística, o ator mostrou que tem jeito para a coisa ‒ e tantos os críticos como o público aprovaram o remake. Hill e Tatum, que também foram produtores executivos, formam uma dupla improvável, mas divertida.

"Fico meio nervoso", confessa ele, "porque o Jonah não sabe nada de segurança de armas e fazemos o papel de policiais. O cara fica toda hora apontando a arma para as minhas partes baixas e diz: 'Espero que não esteja carregada'".

"Estou brincando", ele ri. "A verdade é que não vejo a hora de trabalhar com o meu amigo de novo."

Com tudo isso e a paternidade iminente, 2013, sem dúvida, será um ano inesquecível para Tatum. "Só sei que 2012 foi surreal", ele confessa, "e, com o bebê, este ano promete ser melhor ainda".

(Cindy Pearlman é jornalista freelancer em Chicago.)