Com Audrey Tautou, filme retrata infelicidade da vida provinciana
Um conjunto de silêncios compõe a vida provinciana de Thérèse Desqueyroux, personagem de Audrey Tautou, do filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", em "Therese D.", do diretor Claude Miller, que estreou nesta sexta (5) nos cinemas brasileiros.
O longa é a segunda adaptação do romance homônimo de François Mauriac, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1952 pelo "profundo 'insight' espiritual e artístico com que seus romances penetraram o drama da vida humana".
A primeira adaptação é de 1962 e trazia Emmanuelle Riva, indicada ao Oscar de melhor atriz por "Amor", no papel principal.
Passado na década de 20, "Therese D." retrata uma mulher diferente das outras, que tem "muitas ideias na cabeça". Após um casamento arranjado, baseado em interesses familiares, Thérèse vive uma vida pacata, morna e infeliz, em que sua principal função é gerar um herdeiro.
Embora a personagem não se defina sobre o que quer, ela demonstra o tempo todo o que não quer. A vida se torna cada vez mais pesada e a personagem apática. A infelicidade é visível em seu rosto.
A paixão da amiga Anne pelo português sedutor Jean Azevedo traz à tona o que ela está perdendo com sua vida familiar provinciana, a liberdade. Compartilhando dos mesmos ideais, ela passa a trocar cartas com Jean e se descobre já impregnada pela atmosfera entediante da própria vida.
Apesar da imprecisão, Thérèse passa a tentar envenenar o marido, talvez para "ver em seus olhos algum tipo de inquietude", mas é descoberta e vai a julgamento.
Suas obrigações familiares são simbolizadas pelos pinheiros, a fortuna da família e seu fardo, que sofrem com queimadas de verão. Por outro lado, a região de Jean é a das águas, que traz alívio à secura e amplia seus horizontes.
Explorando a complexidade da personagem, Miller retrata uma mulher inteligente e de boa índole que pode se tornar uma assassina pela opressão do meio em que vive.
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