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Alan será mais independente em "Se Beber, Não Case - Parte 3", diz Zach Galifianakis

Natalia Engler

Do UOL, em Las Vegas*

17/04/2013 00h01

Um burburinho percorre em Las Vegas --há boatos de que a produção de “Se Beber, Não Case - Parte 3” está sendo filmada na cidade que foi personagem importante no primeiro filme da franquia. Os rumores estão certos: é início de novembro de 2012 e o diretor Todd Phillips começou a rodar há duas semanas as primeiras cenas do longa que fecha a trilogia. Em clima de sigilo --da trama, sabe-se apenas que não há casamento ou despedida de solteiro-- o UOL acompanhou um dia das filmagens.

O dia começa em uma área afastada da Strip (a famosa avenida onde ficam os cassinos), em um bairro pouco convidativo, de construções baixas com fachadas de cimento. Em frente a uma loja de penhores fictícia, os atores Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e o dublê de Justin Bartha gravam uma cena.

Alan (Zach Galifianakis)
Nos fundos da falsa loja de penhores Galifianakis fala sobre a nova etapa de seu personagem. “Há uma virada para Alan neste filme, onde se vê ele crescer um pouco, da sua maneira. Este é ele".

Na gravação, Stu (Helms), Phill (Cooper) e Doug (Bartha) saem em um carro com marcas de batidas, mas Alan decide não ir junto. "Essa cena, parte dela é ele tomando a iniciativa de não depender tanto dos caras. Ele tem um outro interesse, os caras estão indo embora e Alan fica para ir atrás desse interesse”, conta o ator, sem revelar qual o motivo da mudança de Alan.

Mais algumas tomadas e a produção faz uma pausa para o almoço. É hora de retornar para um cenário marcante do primeiro filme: o hotel Caesar’s Palace, que serve de cenário e de “quartel general” para as filmagens.

Stu (Ed Helms)
É no trailer usado como refeitório, no estacionamento do hotel, que Ed Helms senta para falar de Stu. Ele está com as roupas sujas e manchadas de sangue e chama a atenção a ausência da tatuagem no rosto feita por seu personagem no segundo filme da série. “Dá para ver? Eu tenho uma cicatriz!”, aponta Helms. “Uma cicatriz de remoção a laser, o que significa que eu tenho que passar meia hora a mais na cadeira de maquiagem”.

Além de não ter mais a tatuagem igual ao do boxeador Mike Tyson, o ator conta que Stu está mais “cool” neste novo filme. “Eu acho que Stu tem sido um saco de pancadas nos últimos dois filmes. E o que é legal dessa vez é que ele agora está casado com uma mulher que é muito mais ‘cool’ e mais sexy do que ele, e ela fez com que ele ficasse mais bacana. Ele se veste um pouco melhor, tem um pouco mais noção de moda, talvez esteja um pouco mais confiante. Mas, então, o bom e velho Stu neurótico volta correndo bem rápido”, explica.

A faceta neurótica de Stu aparece na próxima cena a ser filmada. Desta vez, a equipe ocupa a área de serviços do Caesar’s Palace e Cooper, Helms e Galifianakis estão pegando lençóis e embarcando em um elevador. Antes do diretor Todd Phillips gritar “corta!”, ouvimos a exclamação de Stu: “É loucura!”.

Phill (Bradley Cooper)
Ficamos sem saber qual é a loucura a que Stu se refere. Em um intervalo das gravações, perguntamos a Bradley Cooper do que se trata a cena, mas ele não pode revelar. “Alan está segurando lençóis, estamos em um elevador nas entranhas do Caesar’s Casino. E acho que se eu disser mais alguma coisa, serei baleado”, brinca.

Àquela altura, Cooper ainda não havia sido indicado ao Oscar por “O Lado Bom da Vida”, mas o ator já apontava que participar de “Se Beber, Não Case” lhe rendeu grandes oportunidades. “Participar de um sucesso de bilheteria cria oportunidades. A [produtora] Relativity não teria me colocado em ‘Sem Limites’. E o sucesso disso permitiu que eu fizesse filmes como 'O Lado Bom da Vida'”.

Se Phill, como personagem, não tem grandes evoluções neste terceiro filme, segundo o próprio ator, o mesmo não pode ser dito de Cooper, que se mostra bastante envolvido nas filmagens. A equipe já está em outra área do hotel, em um corredor que dá acesso a suítes, e vemos Alan, Phill e Stu caminhando entre outros hóspedes e entrando sorrateiramente por uma porta que dá acesso a uma área de serviço.

Enquanto figurantes ocupam suas marcas, Cooper dá sugestões de enquadramento e de movimentação da câmera. Um pouco mais cedo, ele já havia confessado: “Com sorte, nos próximos anos eu posso dirigir um filme. Eu adoro o processo de fazer um filme muito mais do que atuar”.


Caesar's Palace
O dia já está quase no fim e a equipe grava mais uma cena de elevador em uma área de serviço de um andar superior, antes de se preparar para a sequência mais complicada do dia. Nas claquetes se lê “The Arrival of the Wolfpack” (em tradução livre, "A Chegada do Bando de Lobos") e estamos de volta a um cenário do primeiro filme, o lobby do cassino e hotel Caesar’s Palace. Fitas isolam a área de filmagem e funcionários tentam impedir que hóspedes tirem fotos.

Imediatamente vem à lembrança uma cena do primeiro filme, em que Alan pergunta a um recepcionista: “Este não é o verdadeiro palácio de César, é?”. Mas, desta vez, o Bando de Lobos não está se registrando no hotel. Em meio a figurantes que representam turistas, funcionários e até um casal de noivos recém-casados, Alan, Stu e Phill tentam cruzar o enorme saguão da forma mais discreta possível. Na verdade, no início não são Cooper, Helms e Galifianakis a fazerem o percurso, mas sim seus dublês. Os atores só entram quando tudo está ensaiado e é hora de filmar. Um integrante da produção explica que, como o lugar é muito exposto, não dá para trazer os atores antes.

O cenário pode ser o mesmo de quatro anos antes, mas a experiência é bem diferente para os atores. “Caminhar pelo Caesar’s Palace não é nem um pouco divertido para mim”, diz Galifianakis. “Acho que as pessoas me veem como indiferente, mas eu só estou tentando chegar ao trabalho. E eles me enxergam como o personagem, especialmente no Caesar’s Palace, porque parece que atiça as pessoas. Ver o personagem onde as coisas realmente aconteceram, caminhando com fones de ouvido, é uma dinâmica interessante. As pessoas gritam coisas”, conta.

“A grande diferença é que eu não posso mais jogar uma partida tranquila de 'black jack' no cassino depois do trabalho”, brinca Helms. “E quando estamos filmando, como hoje mais cedo, estávamos lá já há uns dois dias e, de vez em quando, alguém passava de carro e gritava ‘Se Beber, Não Case!’, ou ‘Bando de Lobos!’. Tivemos que refazer algumas tomadas. Então, é um pouco mais caótico dessa vez”.

"Se Beber, Não Case - Parte 3" estreia no Brasil no dia 30 de maio.

* A jornalista viajou a convite da Warner Bros. Pictures