Atriz diz que "A Morte do Demônio" foi a pior experiência de sua vida
"Para falar a verdade, morro de medo de ver esses filmes", admite a atriz Jane Levy que, apesar disso, protagoniza o remake de "Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio", lançado no Brasil em 19 de abril. "Era uma coisa tão nada a ver com tudo o que já fiz até agora que achei que tinha que tentar. Queria saber como é esse mundo."
A atriz nunca tinha visto o original de 1981, o clássico assustador e histericamente engraçado estrelado por Bruce Campbell e dirigido por Sam Raimi. Conversando recentemente com um grupo de jornalistas no Javits Center, em Manhattan, Jane -- mais conhecida como a Tessa Altman da série "Suburgatory", da ABC -- explicou que só assistiu ao filme depois de conquistar o papel de Mia na nova versão.
"Eu adorei", diz ela. "Não achei engraçado, não. Achei assustador. Aliás, não sei como podem achar engraçado, mas é completamente diferente do que estamos fazendo".
VEJA TRAILER LEGENDADO DE "A MORTE DO DEMÔNIO"
Dirigido por Fede Alvarez e produzido por Raimi, Campbell e Rob Tapert, "A Morte do Demônio" usa e abusa do horror, da violência e do sangue. Nele, Mia se hospeda numa cabana no meio da floresta com vários amigos -- e acabam descobrindo o Livro dos Mortos, o que transforma o filme numa missão de sobrevivência, com a personagem principal encarnando um demônio medonho e letal.
"O nosso, com certeza, não é engraçado", ela avisa. "Parte de mim estava torcendo para que tivesse um pouquinho de comédia porque o negócio estava bem pesado e até comecei a ficar nervosa. Quem vai querer assistir ao filme de uma viciada que vira demônio? Mas, apesar de tudo, acabou saindo uma coisa bem interessante."
JANE LEVY RELATA COMO FOI SER ENTERRADA VIVA
Uma tortura que durou quatro meses. Juro, nunca passei por nada parecido. Você pode até achar engraçado, mas fui enterrada viva, de verdade, tipo sete palmos mesmo, e só tinha um celular e uma lanterna
Sofrimento
Sem dúvida, a violência da versão original de Raimi é chocante. Alvarez resolveu caprichar um pouco mais -- o resultado é que ele acabou recebendo a classificação etária de "proibido para menores". Os produtores e o diretor reeditaram a fita, que estreou nos EUA em 5 de abril com a classificação "R" (menor só pode assistir acompanhado de um adulto), mas Jane garante que ele continua perturbador. "É superviolento", resume a atriz. "Até demais."
Violento até que ponto? "Foi a pior experiência da minha vida", desabafa ela. "Uma tortura que durou quatro meses. Juro, nunca passei por nada parecido. Você pode até achar engraçado, mas fui enterrada viva, de verdade, tipo sete palmos mesmo, e só tinha um celular e uma lanterna."
"Tive que usar próteses cinco horas por dia todo dia", continua ela. "Isso é só um detalhe físico do que tive que passar. Quando você assiste ao filme, vê que fiz praticamente tudo. Teve muito efeito prático, mas praticamente nenhum especial. Claro que sempre rola alguma coisa, mas fiz quase tudo."
A atriz Jane Levy no papel de Mia, coberta de sangue em "A Morte do Demônio"
Realmente, tudo o que se vê na tela foi Jane que fez -- mesmo que, às vezes, tenha levado um tempão para se convencer. "Fede me atormentou para fazer praticamente tudo", quase lamenta ela, balançando a cabeça. "Quando fui enterrada viva, chorei. Fiz uma tomada e me recusei a prosseguir, mas acabamos fazendo várias versões e, não sei como, ele conseguiu me convencer de que podia concluir a sequência."
As gravações duraram apenas 70 dias, a maioria dos quais Jane passou com maquiagem de demônio, encharcada de suor, correndo, gritando ou coberta de sangue. "No final eu já estava berrando: 'Tirem esse negócio de mim!'", conta. "Todo dia, quando gritavam 'Corta!', eu saía direto para o chuveiro e me esfregava até não poder mais. Ficava uma hora lá."
MAQUIAGEM CONVINCENTE
O visual é sensacional, não se parece com nenhum outro terror que eu já tenha visto. Nem sei como descrever. Parece que rodamos um filme, mas ao mesmo tempo parece real
Compensação
No fim, ela reconhece que valeu a pena. "A maquiagem ficou ótima", confessa. "O visual é sensacional, não se parece com nenhum outro terror que eu já tenha visto. Nem sei como descrever. Parece que rodamos um filme, mas ao mesmo tempo parece real."
"O Fede criou um clima fantástico", prossegue. "Acho que também tem uma pitada de nostalgia, como se fosse um daqueles filmes de 30 anos atrás, só que com toda a tecnologia dos dias de hoje."
Agora vem a parte mais assustadora: colocá-lo no mercado para ser julgado pelos fãs hardcore do original. É claro que ele será analisado e julgado e criticado, mas a atriz garante que não está preocupada. "Não importa o trabalho que você faça, vai sempre sofrer pressão", filosofa ela. "Tem aqueles que vão gostar e os que não vão; nunca vou conseguir agradar a todos."
* Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York
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