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Seth Rogen diz que escreveu comédia sobre apocalipse antes de saber da profecia maia

Natalia Engler

Do UOL, em Cancun (México)*

21/04/2013 14h36

Depois de escrever e produzir filmes como “Superbad - É Hoje” (2007), “Segurando as Pontas” (2008) e “O Besouro Verde” (2011), Seth Rogen e Evan Goldberg passaram para o lado de trás da câmera em “É o Fim”, previsto para estrear no Brasil em 27 de setembro de 2013.

Se por um lado Seth e Evan ficaram em território conhecido, optando por uma comédia e cercando-se de amigos e atores frequentemente vistos nas produções de Judd Apatow, por outro lado, arriscaram-se a combinar isso com uma situação de desastre –na trama, James Franco, Jonah Hill, Seth, Jay Baruchel, Danny McBride e Craig Robinson interpretam eles mesmos enfrentando o fim do mundo em Los Angeles.

Mas, segundo os diretores, a ideia de retratar um apocalipse não teve nada a ver com as profecias maias que previam o fim do mundo para dezembro de 2012.

“Houve muitos filmes sobre o fim do mundo ao longo dos anos, mas, por causa dessa coisa maia, é um assunto que está na cabeça das pessoas. Para nós, é uma ideia em que estávamos trabalhando há sete anos. Foi coincidência que tenhamos conseguido concretizar tudo perto da data em que o mundo deveria acabar. Mas parece que as pessoas pensam muito sobre isso, talvez porque o mundo vá mesmo acabar em breve”, brinca Seth, durante entrevista coletiva sobre o filme.

Com tantas caras conhecidas interpretando eles mesmos, é inevitável perguntar-se como os atores lidaram com isso. “Acho que todos se divertiram interpretando a si mesmo da maneira em que são vistos pelo público, ou subvertendo completamente essa imagem, foram esses os dois principais caminhos”, conta Seth.

Além do elenco principal, chamam a atenção algumas participações especiais, como a cantora Rihanna, a comediante Mindy Kaling e, especialmente, a atriz Emma Watson, a Hermione de “Harry Potter”, que interpreta uma versão quase psicopata de si mesma.

“Somos grandes fãs de ‘Harry Potter’, o que posso dizer?”, brinca Seth. “Para esse papel, queríamos alguém que parecesse não fazer parte daquele círculo”, diz Evan. “Queríamos alguém que não fosse associado a nós e à nossa gangue. Achamos que seria mais divertido e surpreendente. É como quando você vai nessas festas e sempre tem algumas pessoas aleatórias, que foram levadas por amigos”, explica Seth.

Pelas cenas mostradas a jornalistas, a dupla se manteve fiel ao estilo de comédia que geralmente se vê quando Apatow está envolvido: piadas politicamente incorretas, sexo ou referências sexuais e situações por vezes nojentas.

Segundo Seth e Evan, esse é um dos motivos pelos quais era mais seguro chamar os amigos para o elenco. “Não tínhamos a opção de não fazer esse filme com amigos, porque ninguém mais aceitaria. Matt Damon nunca teria dito sim”, brinca Evan, referindo-se ao ator que havia acabado de participar da entrevista coletiva anterior, no mesmo evento.

Questionados sobre qual seria o próximo passo para levar seu trabalho a um outro patamar, Evan respondeu com uma piada: “Depois disso, vamos fazer filmes ‘snuff’ [filmes que mostram mortes ou assassinatos reais]”. “É a última barreira”, completa Seth.

“Na verdade, pensamos nisso em termos do que é divertido para nós. Acho que é um jogo perigoso tentar pensar no que vai chocar o público. Mas acredito que nossas próprias expectativas são altas. Se estamos no set e sentimos que estamos fazendo algo que já fizemos, não é divertido”, explica Seth.

* A jornalista viajou a convite da Sony Pictures