Diretor de "De Pernas Pro Ar" aposta em time de sucesso em comédia sobre o Dia dos Namorados
Roberto Santucci, que levou mais de 7 milhões de pessoas ao cinema entre 2012 e 2013 com "Até Que a Sorte Nos Separe" e "De Pernas para o Ar 2", volta a apostar em um time que já faz sucesso com comédia em seu novo filme, "Odeio Dia dos Namorados", que estreia nesta sexta-feira (7).
Na tentativa de obter o mesmo sucesso dos longas que deram a ele o apelido (que ele odeia) de midas do cinema nacional, o diretor escalou Heloísa Périssé, que faz humor na TV desde a década de 1990, para viver a traumatizada Débora. A protagonista sofreu por amor na adolescência e tornou-se uma adulta amarga e agressiva.
Publicitária, Débora recebe a dura missão de criar uma campanha romântica para uma marca de bombons. No meio de processo, ela recebe uma ajudinha de seu melhor amigo e anjo da guarda Gilberto (Marcelo Saback) para analisar por que sua vida amorosa deu tão errado.
TRAILER DA COMÉDIA "ODEIO O DIA DOS NAMORADOS"
Périssé traz para as telonas uma personagem diferente das que já mostrou em tanto tempo no humor. Débora é engraçada não por ser escrachada como a adolescente Tati ou passional como Monalisa, de "Avenida Brasil", mas por ser excessivamente de mal com a vida. A troca de ofensas entre ela e os funcionários da agência onde trabalha diverte bastante.
A melhor cena do filme, no entanto, não ficou para Heloísa e nem para Marcelo Saback, que também tem longa experiência em comédia e trabalhou nos roteiros de "De Pernas Pro Ar", "Divã" e "Cilada". A sequência mais interessante ficou com Daniel Boaventura, que vive Heitor, par romântico de Périssé, na qual ele é interrogado pela delegada Marina (Danielle Winits) e pelo investigador Tonhão (MV Bill). A cena que começa com humor e termina em drama foi gravada 12 vezes até que todos ficassem satisfeitos, segundo o diretor.
O filme ainda traz boas cenas de comédias com outros atores experientes, como Charles Paraventi, Fernando Caruso, Daniele Valente, Henri Pagnoncelli, André Mattos e Júlia Rabello.
Efeitos especiais
Apesar de não se arriscar muito na escolha da equipe, o diretor afirmou que quis se desafiar ao apostar em um roteiro com muitas viradas, passagens no tempo e efeitos especiais. Nesses aspectos, Santucci não se saiu tão bem.
Na adolescência, Débora (Marcela Barrozo) e Heitor (Lucas Salles) têm um nariz avantajado e espinhas, respectivamente. Numa tela de sala de cinema, fica evidente que os "defeitos" foram produtos de maquiagem e a artificialidade tira a atenção do espectador. O futuro com luzes de neon e uso de holograma também não convence.
O filme ainda tem um acidente de carro com muitos efeitos especiais, mas que não se comparam aos vistos em filmes de Hollywood. Santucci explica que é muito complicado usar recursos tecnológicos em filmes brasileiros. Além do orçamento ser bem menor (o filme foi feito com R$ 5,5 milhões), o tempo de filmagens também é mais enxuto. "Um longa é rodado em 90 dias nos Estados Unidos. Aqui, a gente faz em seis semanas no máximo", explicou. Mesmo correndo o risco de perder qualidade com tantos efeitos, Santucci diz que quis "colocar a mão nessa cumbuca" com o objetivo de se desafiar.
DANIELLE WINITS COMENTA SEU PAPEL NO FILME
Franquias
O diretor ainda não fala de uma franquia para "Odeio Dia dos Namorados", como aconteceu com "De Pernas Pro Ar" e "Até Que a Sorte Nos Separe". A segunda parte desse último tem previsão de estreia para dezembro deste ano.
Para decidir se um filme terá continuação é preciso esperar o resultado da bilheteria e a disponibilidade da equipe. Santucci acredita no bom desempenho de "Odeio o Dia dos Namorados", mas demonstra apreensão ao ver seu filme estrear ao lado de tantas comédias, como "Finalmente 18!", "Se Beber, Não Case! - Parte III", "Giovanni Improtta", entre outros.
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