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Vida de militar que vazou dossiê para Wikileaks vai virar filme

Bradley Manning chega à corte de Fort Meade, em Maryland, nos Estados Unidos - Gary Cameron/Reuters
Bradley Manning chega à corte de Fort Meade, em Maryland, nos Estados Unidos Imagem: Gary Cameron/Reuters

Do UOL, em São Paulo

30/07/2013 18h43

A vida do soldado americano Bradley Manning, um dos responsáveis pelo maior vazamento de documentos secretos dos Estados Unidos da história, vai virar filme. Alex Gibney e Marc Shmuger, diretor e produtor, respectivamente, de “We Steal Secrets: The Story of WikiLeaks”, adquiriram os direitos de filmagem de um livro sobre Manning e agora procuram um roteirista para a cinebiografia. As informações são do site da revista "Variety".

O soldado, apontado como a fonte que teria entregue ao site Wikileaks 700 mil documentos sigilosos das Forças Armadas americanas, escapou da prisão perpétua ao ser inocentado nesta terça-feira (30) da acusação de ter “auxiliado o inimigo”. Ele foi condenado, no entanto, por várias violações da Lei de Espionagem americana, e a pena por esses crimes pode chegar a 136 anos de prisão.

Gibney, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2008 por “Taxi to the Dark Side”, afirmou que Manning tem recebido um “tratamento abusivo” do presidente Barack Obama. “Espero que a juíza seja leniente em sua sentença, levando em consideração a intenção de Manning, sua disposição em se responsabilizar por seus atos, e o tratamento insultuosamente abusivo que ele tem recebido da administração Obama”, afirmou.

A história de Julian Assange, idealizador do Wikileaks, já foi filmada pelo cineasta Bill Condon (“A Saga Crepúsculo: Amanhecer”). O ativista é interpretado pelo ator Benedict Cumberbatch, de “Além da Escuridão - Star Trek” e da trilogia “O Hobbit”.

O dossiê vazado por Manning revelou casos de presos detidos há anos sem direito a julgamento na prisão de Guantánamo.

O Wikileaks classificou a sentença contra Manning de "radicalismo perigoso" da segurança nacional por parte da Administração Obama. Em sua conta no Twitter, a organização afirma que a declaração de culpa de Manning constitui um "precedente muito sério", que pode causar prejuízos ao jornalismo investigativo.