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Amigo de Psy, ator de "RED 2" diz que lutar com Bruce Willis foi sonho

Cleide Klock

Do UOL, em Nova York (EUA)

02/08/2013 07h00

Na Coreia do Sul, Byung Hun Lee tem uma carreira sólida, há duas décadas, e carrega o título de um dos mais bem-sucedidos artistas asiáticos. Atuou em diversas séries de TV, filmes que bateram recorde de bilheteria, como "Zona de Risco" (2000) e "Masquerade" (2012), além de acumular alguns dos prêmios mais importantes do cinema da Ásia. No cenário mundial, é conhecido no circuito dos principais festivais, como Cannes e Sundance, pela colaboração com o diretor sul-coreano Kim Jee-Woon, com o quem já fez três filmes: "O Gosto da Vingança" (2005), "Os Invisíveis" (2010) e "Eu vi o Diabo" (2010). Mas, aos poucos Lee, de 43 anos, recebe o reconhecimento mundial e trilha o mesmo caminho de um dos seus melhores amigos: o cantor Psy.

Cresci assistindo aos filmes de ação dele, ele é meu herói de ação. Mas tive que ser profissional na frente das câmeras e dar um jeito de ficar calmo, me concentrei muito e ele ajudou. Parecia que eu estava sonhando, parecia irreal.

Byung Hun Lee, sobre trabalhar com Bruce Willis

A estreia do ator em Hollywood aconteceu em 2009, em "G.I. Joe: A Origem de Cobra", e ele pôde ser visto esse ano novamente na sequência "G.I. Joe 2: Retaliação". Em 2012, numa cerimônia conjunta, ele e o também ator Ahn Sung-ki se tornaram os primeiros coreanos a estampar as mãos na Calçada da Fama em Hollywood, no Teatro Chinês Grauman. Além de atuações dramática, comédias, romances e de encarnar vilões, Lee mostra no telão suas habilidades nas lutas marciais, como acontece no filme "Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos", que chega aos cinemas brasileiros, nesta sexta-feira (2). Como Han Cho Bai, ele contracena com Anthony Hopkins, John Malkovich e luta com Bruce Willis.

Lee conversou com o UOL sobre o filme em Nova York.

UOL - Quem é o seu personagem neste filme?
Byung Hun Lee
- Han Cho Bai era um agente da CIA, mas Frank (Bruce Willis) o prendeu quando também ainda era um agente, então Han foi demitido. Depois disso se torna perigoso, um assassino de aluguel, e é contratado para caçar e matar Frank. O filme começa por ai. Ele é muito sério, mas ao mesmo tempo a audiência, acredito, vai poder rir bastante com ele, ou dele.

Você é campeão de taekwondo, mas precisou ter alguma preparação especial para o filme, já que tem bastante luta?
Sim, tive que treinar para que meu corpo ficasse preparado fisicamente e também na aparência. Ensaiei também muito para aprender as coreografias das lutas.

Como foi lutar com Bruce Willis, conhecido como um dos maiores atores de ação de Hollywood?
Foi algo incrível, eu cresci assistindo aos filmes de ação dele, ele é meu herói de ação. Mas tive que ser profissional na frente das câmeras e dar um jeito de ficar calmo, me concentrei muito e ele ajudou, foi fantástico. Willis trouxe muitas ideias para as cenas, conversamos bastante sobre a melhor maneira de fazê-las, discutimos para deixá-las perfeitas. Parecia que eu estava sonhando, parecia irreal. Mas meu trabalho é esse, me concentrar e focar no que estou fazendo.

Quando eu estava em Nova Orleans filmando "G.I. Joe", fui num café e vi que tinham umas meninas me olhando e comentado. Aí vieram falar comigo e perguntaram se eu era um ator de cinema. Disse que sim e pensei: finalmente alguém me reconheceu. Quando fui sair elas falaram: "Nós adoramos o filme"Se Beber, Não Case"', ou seja, me confundiram com Ken Jeong.

Byung Hun Lee, sobre a fama nos EUA

Como foi encontrar pela primeira vez, no set, Bruce Willis, John Malkovich e Anthony Hopkins?
Quando cheguei em Londres para as gravações, na verdade, estava nervoso de ter de trabalhar com eles, são todos grandes atores, tive que tentar ficar calmo. Eu fiquei na dúvida se eu poderia pedir para tirar uma foto com eles, mas não pedi logo de cara, só depois de terminar as filmagens, tenho essas fotos lá em casa. Bruce Willis eu já havia encontrado (em "G.I Joe"), então foi até mais tranquilo, mas fiquei muito nervoso quando vi Hopkins. Ele foi tão bacana que me senti muito à vontade. Já Malkovich veio me perguntando: Você conhece o Psy? Aí contei para ele que o cantor é um dos meus melhores amigos.

Quando você conheceu o Psy?
Eu atuo há mais de 20 anos e ele está cantando há uns 15, então a gente se encontra o tempo todo em todos os lugares.

Você já tentou dançar, cantar ou tocar com Psy, já que também é músico?
Eu não danço com ele, mas às vezes bebemos juntos. Tenho alguns álbuns nos quais toco piano e saxofone, mas só os faço para meus amigos.

Agora você pensa em ficar mais na Coreia fazendo filmes ou a intenção é mergulhar de cabeça em Hollywood?
Eu nunca tinha pensado em fazer filmes em Hollywood, tudo apenas aconteceu e acho que é um processo natural, que estou aproveitando e explorando. Fui lançar um filme em Cannes, "O Gosto da Vingança", e a partir daí começaram a aparecer alguns convites, que recusei por não gostar das histórias, o que para mim é o mais importante. Resolvi, então, aceitar fazer o "G.I. Joe" depois de conversar bastante sobre o filme, já que na Coreia nunca tinha ouvido falar nessa história.

Mas o que você prefere: os filmes daqui ou os coreanos?
Acho que ambos têm seus charmes, mas agora vejo pelo lado de poder ter novas experiências, já que há 22 anos trabalho para o mercado coreano. Mas, os meus conterrâneos adoram assistir aos filmes feitos lá e acaba sendo até difícil para os filmes americanos fazerem sucesso no meu país.

Já está analisando outros filmes para fazer por aqui?
Sim, tudo ainda no início de conversação.

Você já é reconhecido na rua, aqui nos Estados Unidos?
Quando eu estava em Nova Orleans filmando "G.I. Joe", fui num café e vi que tinham umas meninas me olhando e comentado. Aí vieram falar comigo e perguntaram se eu era um ator de cinema. Disse que sim e pensei: finalmente alguém me reconheceu. Quando fui sair elas falaram: “Nós adoramos o filme 'Se Beber, Não Case'”, ou seja, me confundiram com Ken Jeong. Então, eu tenho liberdade total de andar por aqui, gosto disso, mas se um dia me reconhecerem, ficarei feliz.

Meu pai era um grande fã de Hollywood, ele me mostrava aos sábados e domingos, quando eu era criança, os grandes clássicos do cinema, me contava histórias de atores. Cresci com essas histórias dele. Ele nunca me disse, mas eu sentia que ele adoraria ter sido ator

Byung Hun Lee, sobre a história que contou quando deixou seus pés e mãos na calçada do Teatro Chinês, em Hollywood

Você se inspira em algum ator?
É difícil escolher um ator, acho que me inspiro em vários. Mas, cresci assistindo aos filmes de Bruce Lee e de Bruce Willis.

Quão importante foi para você fazer "RED 2"?
Além de ter a oportunidade de trabalhar com esses atores, tem outro fator que deixou esse filme ainda mais importante para mim. Na cerimônia para estampar minhas mãos e pés na Calçada da Fama, em Hollywood, contei uma história durante meu discurso: Meu pai era um grande fã de Hollywood, ele me mostrava aos sábados e domingos, quando eu era criança, os grandes clássicos do cinema, me contava histórias de atores. Cresci com essas histórias dele. Ele nunca me disse, mas eu sentia que ele adoraria ter sido ator, mas era um bem-sucedido homem de negócios e morreu há 15 anos. E eu disse naquele momento do discurso: "tudo o que eu queria era que meu pai me visse aqui, ele estaria tão orgulhoso do filho dele, acredito que ele esteja me vendo, em algum lugar". O diretor de "RED 2", Dean Parisot, ouviu a história, e disse que iria colocar no final do filme dentre algumas fotos, uma do meu pai segurando a minha mão, quando eu tinha quatro anos de idade. E no final do filme ainda tem um agradecimento especial para meu pai. O interessante é que durante o processo de edição um dos produtores disse: “Acho que deveriam apagar as fotos do final” e o diretor falou: “você pode deletar tudo do filme, menos isso".