Com violência e necrofilia, filme de James Franco é aplaudido em Veneza
Violento e explícito, com cenas de assassinato, necrofilia e masturbação, “Child of God”, uma adaptação de romance de Cormac McCarthy, foi aplaudido na manhã deste sábado (31) no Festival de Veneza.
Mesmo nas cenas mais fortes ou nas mais gratuitas – como uma em que o ator Scott Haze aparece defecando, o filme escapou das vaias. E Haze pode ser considerado um dos favoritos até agora a uma premiação, ao lado de Judi Dench, que estrela "Philomena".
Para Haze, o filme de James Franco exigiu um extraordinário esforço físico, como o diretor foi o primeiro a reconhecer. “Ele ficou isolado por três meses, dormindo no escuro, até em cavernas, sem falar com ninguém. E na filmagem continuou assim, isolado”, contou Franco.
Haze mudou-se para o Tennesse, cenário original da história – embora o filme tenha, na verdade, sido feito em West Virginia – para assimilar o sotaque. O ator contou que um amigo lhe ofereceu uma cabana para ficar sozinho, o que ele achou importante para “encontrar a fisicalidade e a animalidade de Lester (nome do personagem, Lester Ballard).
“Li o roteiro com minha namorada, tentando descobrir com que partes de mim eu podia me conectar com a alma dele. Ele é um homem realmente isolado da sociedade, não apenas um maníaco”, revelou.
Violência domada
Sobre a violência de várias sequências de “Child of God”, Franco disse considerá-la “bastante moderada em relação a tantos outros filmes”, sem citar nenhum. Para ele, “não se trata de um thriller e sim de um estudo de personagem”. E disse que “tudo que está no filme estava no livro”, embora tenha admitido ter mudado o final na tela, deixando mais ambíguo o destino de Lester – no livro, ele morre internado num hospital.
Realizando em “Child of God” o segundo capítulo de uma trilogia baseada em literatura – o primeiro foi “As I Lay Dying”, inspirado em William Faulkner, apresentado em Cannes este ano, também com Scott Haze -, Franco comparou seu trabalho com roteiros originais ou adaptações. “Eu me esforço bem mais quando estou adaptando o livro de alguém, que sempre admiro, como é o caso deste. Quando escrevo um roteiro original, pego mais leve comigo, não me forço tanto”. Mas disse “não considerar superiores” os roteiros baseados em livros.
Franco citou como inspirações desde “Taxi Driver”, de Martin Scorsese, até “A Criança” e “O Filho”, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, passando por Gus Van Sant. Scott Haze mencionou o Coringa de Heath Ledger em “Batman” e também Robert De Niro, de “Taxi Driver”.
Mais aplausos para "Philomena"
No dia em que se esperava que o ator e agora diretor norte-americano James Franco pudesse monopolizar as atenções com seu concorrente ao Leão de Ouro “Child of God”, foi o veterano inglês Stephen Frears quem, ao lado de sua atriz, Judi Dench, ganhou com seu drama “Philomena” os maiores aplausos na sessão de imprensa da manhã e também a coletiva mais concorrida do dia.
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