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Astro de "Dose Dupla", Wahlberg diz que não tem mais vontade de se arriscar

Natalia Engler

Do UOL, em Cancún (México)*

13/09/2013 07h00

Ninguém pode dizer que Mark Wahlberg e Denzel Washington não estão habituados a estrelar filmes de ação, mas em “Dose Dupla”, que estreia nesta sexta (30) no Brasil, os dois atores conseguiram unir o gênero à comédia e puderam se divertir mais do que quando precisam se preocupar em fazer cenas perigosas ou interpretar grandes dramas.

“Depois de um filme como ‘O Voo’, qualquer coisa seria divertida. Eu estava mesmo procurando algo mais leve e me divertir mais. Quando descobri que trabalharia com Mark, eu vi ‘Os Outros Caras’ e disse: ‘OK, vou trabalhar com esse cara’”, contou Washington durante entrevista coletiva.

O longa, baseado na graphic novel “2 Guns”, de Steven Grant e Mateus Santolouco, acompanha dois agentes trabalhando infiltrados na máfia sem saber a verdadeira identidade um do outro. Quando um assalto dá errado, eles têm que trabalhar juntos para se protegerem dos bandidos e de agentes corruptos.

Veja abaixo os melhores momentos do bate-papo de Washington e Wahlberg com jornalistas sobre o filme.

Cenas perigosas
Mark Wahlberg – Não fizemos tantas cenas de ação, só o que precisávamos. Ele na verdade fez mais que eu. Tem uma cena em que estamos cruzando o rio Grande, tentando atravessar a fronteira [do México] com coiotes, e o personagem de Denzel vai salvar alguém que não sabe nadar. Eu não entraria naquele rio. Eles tinham uma corda para me segurar, mas fizemos todas as cenas perigosas que precisávamos. Eu não sou o tipo de cara que fica ansioso para fazer suas próprias cenas de ação na minha idade e com quatro filhos. Prefiro ser cauteloso. Meus dias de buscar emoção acabaram.

Religião (Wahlberg é católico, Washington é pentecostal)
Washington – São coisas demais para comentar. Por exemplo, “Dia de Treinamento”. No roteiro, “Dia de Treinamento”, eu coloco que a recompensa pelo pecado é a morte, então a única maneira em que eu poderia justificar que ele vivesse da pior maneira seria ele morrendo da pior maneira. Mas eu não queria isso, eu queria que fosse pior. Eu queria que a comunidade dele se voltasse contra ele, eu queria que ele rastejasse como uma cobra e que se cagasse, o que acontece. E fiquei contente.
Wahlberg – Lido com isso quando estou olhando roteiros e, sendo pai de quatro filhos, meus filhos têm que lidar com as decisões que eu tomo. Mas, em primeiro lugar, espero que Deus seja fã de cinema; em segundo lugar, não quero comprometer minha integridade artística. Quero poder fazer qualquer coisa que desperte minha paixão. Mas o que eu mais me preocupo e tento evitar são as coisas românticas e de intimidade com outras mulheres, porque não acho que minha mulher goste muito e também não gostaria que ela fizesse isso.

Comédia
Wahlberg – Você tem que se arriscar a parecer ridículo, não ter medo, experimentar. Demorou um pouco para que eu chegasse lá. Agora sou um puta retardado – desculpem a linguagem – mas estou disposto a tentar e fazer qualquer coisa. E isso, para mim, é obviamente muito libertador.

Química
Denzel Washington – Acho que você sabe de quem gosta e de quem não gosta. Sempre achei que, além de ser um ótimo ator, Mark era um cara legal. Parecia alguém com quem eu me daria bem. E foi assim.
Wahlberg – Sou fã há muito tempo e ter a oportunidade de trabalhar com alguém do calibre e do talento dele – e ele também ser muito aberto comigo para fazer coisas e tentar coisas e me encorajar de uma maneira que me fez sentir confortável e confiante... Mas somos profissionais e fazemos nosso trabalho. Não tivemos que, digamos, ir passar umas semanas na floresta para nos conhecermos.

Trailer do filme "Dose Dupla"

* A jornalista viajou a convite da Sony Pictures