Falhas na projeção interrompem primeira sessão do festival de Brasília

Problemas técnicos acabaram com a primeira sessão da mostra competitiva do Festival de Brasília, nesta quarta (18). Tinha tudo pra dar certo. Cine Brasília reformado e lotado, filme agradando. Mas três interrupções por falhas no som e muitas vaias do público cancelaram a exibição do longa “Os Pobres Diabos”, ficção de Rosemberg Cariry, com Chico Diaz, Gero Camilo e Silvia Buarque.

O motivo informado ao público é de que a culpa foi do DCP (Digital Cinema Package), um formato de som que já causou problemas em outras mostras. No ano passado, no festival do Rio, o filme russo “Elena”, pouco antes do final, também foi interrompido pela mesma causa. “Pode voltar a ocorrer nas próximas sessões, não tenho como afirmar que vamos resolver isso até o final do festival”, disse Sergio Fidalgo, coordenador do festival.

Sem citar nomes, o coordenador disse ainda que houve pressão, de cineastas selecionados para a mostra, para que fosse permitido o formato. “Ou abolimos o DCP ou nos preparamos para que não aconteça mais isso”. O ator Gero Camilo procurou amenizar. “Isso infelizmente acontece”. Ele lembrou que, em Gramado, o longa “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, viveu a mesma situação. O público, porém, não estava tão conformado. “Fiquei indignado porque foram dois anos de reforma do Cine Brasília”, lamentou Helano Stuckert.
 
Até o fechamento desta reportagem a coordenação do festival não havia se manifestado sobre quais medidas seriam tomadas sobre o ocorrido, mas a produtora do filme “Os Pobres Diabos”, Barbara Cariry, que se reuniu com os organizadores logo após o incidente, informou que será realizada uma nova sessão gratuita do filme. Data e horário, segundo ela, serão divulgados nesta quinta. “Vamos escolher um momento que seja bom para o longa e para o festival”.