Juca Ferreira diz que SPCine não será concorrente da RioFilme
O Projeto de Lei para a criação da SPCine (Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo) foi enviado nesta quinta-feira (31) à Câmara Municipal da capital paulista para votação. A previsão é de que o material --que foi apresentado a jornalistas durante uma cerimônia na Praça das Artes-- tramite em até um mês. Se aprovado, os primeiros editais serão lançados em 2014, conforme garantiu o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
A SPCine, aguardada há anos pelo setor audiovisual na capital paulista, tem como objetivo financiar ações e a implementação de políticas públicas visando o desenvolvimento do cinema e audiovisual de São Paulo. A empresa é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo em parceria com o Governo do Estado --que, juntos, investirão R$ 50 milhões-- e o Ministério da Cultura, por meio da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Ainda não há valores do investimento por parte do governo federal.
A entidade apresenta algumas semelhanças com a RioFilme, empresa de investimentos em audiovisual gerida pela prefeitura do Rio de Janeiro. Criada em 1992 para apoiar a produção de filmes na cidade do Rio de Janeiro, a agência passou a atuar em 2009 como investidora em produção, distribuição, exibição, infraestrutura, difusão e capacitação, atuando também em parceria com a iniciativa privada.
Segundo o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, houve um estudo da experiência da RioFilme, mas haverá adaptações na SPCine para torná-la mais adequada ao cenário de São Paulo. "Vimos o que se encaixa às nossas necessidades e trabalharemos muito mais com cooperação do que em concorrência. Queremos fortalecer os laços não só entre São Paulo e Rio de Janeiro, mas no resto do país. É preciso que façamos uma integração".
Segundo Haddad, "a SPCine terá muito mais agilidade para propor editais, procurando cobrir toda a cadeia de produção do audiovisual na cidade". O prefeito disse que a empresa poderá ter editais voltados tanto para a produção de roteiros e tecnologia audiovisual quanto para própria produção e distribuição. "A prefeitura orçou para o ano que vem R$ 25 milhões e vamos contar com apoio do governo do Estado de São Paulo e do governo federal. Caso a tramitação do projeto na Câmara ocorra de fato em um mês, organizaremos a documentação e devemos lançar os primeiros editais já em 2014".
O prefeito ainda destacou que a SPCine deve ter atuação ampla na cidade. "Nenhuma área do cinema ficará desprotegida, inclusive no que se refere à produção realizada nos bairros de periferia. Há uma juventude produzindo que precisa de um pequeno estímulo para qualificar essa produção e fazê-la conhecida em todo o território nacional", disse.
Também presente na cerimônia, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, afirmou que o valor de atuação do governo será o mesmo que o da prefeitura. "Atuaremos também com R$ 25 milhões na capitalização da SPCine. Tenho certeza que teremos um forte aumento da indústria do audiovisual”, disse. “Acho que quando conseguirmos colocar as três instâncias juntas, faremos um trabalho maravilhoso para a pujança cultural dessa cidade”, complementou a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Durante a abertura da 37ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no dia 17, a prefeita em exercício, Nadia Campeão, já havia anunciado que antes do fim do evento Haddad encaminharia à Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei para a criação da SP Cine. Haddad e Juca Ferreira já haviam se reunido, em abril, com cineastas para discutir a criação do órgão.
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