Terror italiano que inspirou banda Black Sabbath completa 50 anos
Não é exagero. Se hoje existe “Pulp Fiction”, Ozzy Osbourne e as histórias de halloween na série "Os Simpsons", é porque um dia houve um filme chamado “As Três Máscaras do Terror” (“I Tre Volti Della Paura”, no original; "Black Sabbath", na versão em inglês).
Lançada em 1963, há exatos 50 anos, a obra-prima do diretor Mario Bava é o grande expoente do terror italiano dos anos 1950 e 1960. O longa ajudou a definir uma estética de suspense psicológico no cinema.
Personagens dúbios, que levam à expectativa do público a níveis estratosféricos, aliados a mulheres estonteantes e perturbadas, além dos indefectíveis mortos-vivos, tornaram-se recursos mais do que comuns a partir dali.
Michèle Mercier em cena de "Black Sabbath"
O filme, descrito por Tarantino como a fonte de inspiração de "Pulp Fiction", é dividido em três minicontos, instroduzidos pelo ator Boris Karloff, o eterno Frankenstein, um tipo medonho de mestre de cerimônias.
O primeiro, “O Telefone”, conta a história de Rosy, uma bela jovem que começa a receber telefonemas ameaçadores de um fugitivo da prisão -- estratégia explorada três décadas depois por Wes Craven na série “Pânico”.
Baseado em uma história do escritor russo Aleksei Tolstoy, “Wurdalak”, o segundo segmento, retrata uma família do leste europeu (a terra de drácula) à espera do retorno de seu patriarca (Boris Karloff), após ir atrás de um perigoso bandido turco que aterroriva a região. Ele volta, mas sob a forma de um decrépito vampiro-cadáver-ambulante: a inspiração para George Romero filmar ”A Noite dos Mortos Vivos”, de 1968.
Cena do conto "A gota ´d´Água”, do filme "Black Sabbath"
A última história horripilante, "A Gota d´Água", é centrada em uma enfermeira que vive um grande pesadelo após roubar um anel de brilhante de uma condessa quando preparava o corpo dela para o funeral. Essa parte tem início ao som de chuva e trovadas, os mesmos que seriam ouvidos sete anos depois na introdução da música “Black Sabbath”.
Ozzy Osbourne, no entanto, afirma em sua autobiografia que nunca chegou a ver o longa de Mario Bava. A motivação para usar o nome do filme na banda, que em 1969 atendia pela alcunha hippie Earth, surgiu com o o baixista Geezer Butler. Ele se espantou com o tamanho da fila de um cinema de Birmingham que exibia o filme. “As pessoas pagam para assistir isso?”
O resto, como reza o clichê, está escrito na história. O Black Sabbath foi criado e mergulhou a fundo no peso das guitarras e no sobrenatural, servindo de combustível para a criação do heavy metal. Um gênero cujo o DNA, quem diria, guarda origem italiana.
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