Para viver astro de "Vazio Coração", Murilo Rosa dispensou aulas de canto
Em seu primeiro projeto como coprodutor, o filme “Vazio Coração”, Murilo Rosa fez um desafio a si mesmo: interpretar um astro pop sertanejo, cantando todas as músicas com o próprio gogó.
O longa, que é dirigido por Alberto Araújo e também conta com Lima Duarte, Larissa Maciel, Bete Mendes, Oscar Magrini e Patrícia Naves no elenco, estreia nesta sexta-feira (22). Antes dele, o ator lançou seu primeiro CD, com as músicas presentes na trama.
“Não tinha experiência e nem fiz nenhuma aula de canto. E foi de propósito, porque precisava entender como o personagem cantaria e, evidentemente, como o ‘Murilo’ cantaria. Não tem nenhum malabarismo vocal, aquela coisa de 'The Voice' que é lindo de ver, mas que nunca conseguiria fazer”, afirma o ator, por telefone, ao UOL.
Para dar voz ao carismático personagem, nada de se espelhar em artistas famosos. Embora descreva o cantor Hugo Kari como uma espécie de “mistura entre Fábio Jr. e Luan Santana”, a ideia foi tentar imprimir as próprias marcas.
“Não pensei em ninguém, juro. O que fizemos foi ir atrás de uma identidade, de um sentimento, uma emoção. Todos os meus cantores favoritos cantam com emoção, cada um do próprio jeito: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Lenine, todos”, diz Murilo que, nas gravações, chegou a participar de um show da dupla sertaneja Bruno e Marrone, para 30 mil pessoas, entrando e cantando durante os intervalos.
Murilo Rosa interpreta "Diamante Raro"
Na trama, o ator encarna um astro em ascensão, já bem de vida, com direito a jatinho particular, mas que mantém uma relação conflituosa com o pai, o embaixador Mário Menezes (Othon Bastos). Os dois decidem então se encontrar, escancarando fantasmas e diferenças de personalidades diametralmente opostas.
“A relação que tenho com meu pai é totalmente oposta. Ele me apoiou e me incentivou em tudo que fiz na vida. Mas tenho uma identificação forte com o personagem, por ele viver a fundo essa questão familiar. E acho que também sou ‘família’, gosto de ter meus pais por perto, valorizá-los”, diz.
O drama familiar tem ainda outro ingrediente afetivo para o ator: a participação de Lucas, seu filho mais velho, que interpreta o personagem ainda criança. Ainda segundo o ator, o fato de ser brasiliense, como Hugo, foi importante para conceber o projeto, para o qual foi convidado pelo próprio Alberto Araújo, após indicação de Othon Bastos.
“Brasília tem a alma de ser uma mistura do Brasil. Seria completamente diferente se o filme fosse rodado em outra capital. Não tem nada a ver com o Rio de Janeiro ou São Paulo, por exemplo. Ele tem uma identidade com esse 'Brasilzão', vamos dizer assim, com esse sentimento de interior. Também filmamos em Araxá e Patrocínio.”
Para o futuro, além de atuar, Rosa planeja continuar trabalhando como produtor. Ele abriu recentemente seu próprio escritório, a Mar Produções, para se dedicar a filmes e produções audiovisuais. E a carreira musical, como fica? “Não cogito mudar de profissão (risos). Mas descobri que agora eu canto. Abriu-se uma portinha para a música. É uma coisa que faz parte de mim agora.”
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