Filme sobre Mandela teve pré-estreia hoje com presença de Kate e William
Horas antes do anúncio da morte de Nelson Mandela, nesta quinta-feira (5), o mais recente filme sobre a vida do ex-presidente sul-africano teve pré-estreia em Londres com presença do casal real, príncipe William e Kate Middleton. Intitulado "Mandela: Long Walk to Freedom", o longa suscitou críticas negativas na imprensa local quando foi apresentado, no mês passado, na África do Sul, mas nesta quinta bateu recorde de bilheteria, com cerca de US$ 4,4 milhões (R$ 10,4 milhões) arrecadados.
"O filme sobre Mandela é emocionante", disse o jornal "The Star" em uma crônica sobre a apresentação em um cinema de Johanesburgo. Mas o mesmo jornal, no entanto, um dos mais influentes do país, reprovou que o longa --baseado na autobiografia homônima de Mandela-- seja "uma série de vinhetas, mais do que um filme completo". Para os críticos da publicação, a "poderosa interpretação" dos atores "não consegue evitar a sensação de estar vendo uma série de cenas (desconexas)".
Toda a imprensa destacou a presença da ex-mulher e amiga de luta do antigo estadista, Winnie Madikizela Mandela, que pronunciou as palavras mais emocionantes sobre o tapete vermelho e elogiou a atriz que a interpreta no filme, a britânica Naomie Harris. "É como se tivesse lido '491 Dias' (memórias dos tempos na prisão de Winnie, recentemente publicadas)", disse a segunda esposa do líder sul-africano na ocasião.
Entre os presentes na sessão de gala no mês passado estava o elenco do filme, liderado pelo ator britânico que interpreta Mandela adulto, Idris Elba, além de parentes e amigos do ex-líder, como sua filha Zindzi, sua atual esposa, Graça Machel, seu antigo advogado e amigo George Bizos e seu companheiro de prisão Ahmed Kathrada.
O filme, dirigido pelo britânico Justin Chadwick, foi elogiado de forma unânime pelos presentes, que destacaram que recria os personagens e reflete os anos de luta. O longa teve sua apresentação global em setembro no Festival Internacional de Cinema de Toronto, e estreou nos cinemas sul-africanos em 28 de novembro.
Madiba --nome do clã de Mandela no idioma xhosa e com o qual é conhecido carinhosamente na África do Sul-- estava recebendo tratamento médico desde setembro em sua casa, remodelada para este fim, após ter passado quase três meses internado em um hospital de Pretória por uma recaída de uma infecção pulmonar.
Mandela, de 95 anos, liderou uma improvável transição pacífica junto ao último presidente do regime racista do "apartheid", Frederik de Klerk, um trabalho que valeu a ambos o Prêmio Nobel da Paz de 1993. Um ano depois, Madiba, que passou quase três décadas preso por sua luta contra o regime segregacionista, foi eleito primeiro presidente negro do país africano.
*Com informações da Agência EFE
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