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Financiadores de "O Lobo de Wall Street" são acusados de riqueza ilícita

Do UOL, em São Paulo

06/01/2014 14h54

Advogados que representam a Red Granite Pictures, distribuidora do enteado do primeiro-ministro da Malásia, Najib Tun Razak, estão ameaçando de processo um jornalista que escreveu uma matéria sugerindo que fundos ilícitos podem estar por trás do filme.

Segundo a jornalista Clare Rewcastle Brown, os recursos da distribuidora e a riqueza pessoal de Riza Aziz foram conquistados por meio ilícitos. Ela também alega que primeira-dama da Malásia vem promovendo ativamente o filme que contém cenas de sexo e drogas apesar de a Malásia ser um país de maioria muçulmana.

Em um aviso judicial, que a jornalista enviou ao site BuzzFeed, os advogados da empresa exigem que ela retire às acusações falsas, maliciosas e difamatórias contra a RGP. A jornalista é uma das mais críticas ao governo da Malásia. Ela é proibida de entrar no país desde 2013, por suas reportagens "agressivas".

Segundo o site The Hollywood Reporter, o artigo causou grande impacto na Malásia e agota a família do primeiro-ministro está sendo pressionada a esclarecer a origens de sua riqueza.

Peta

Com isso, o filme ganha mais uma polêmica para a coleção. A produção também virou alvo da Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), pelo uso de um chimpanzé em uma das cenas. O animal pode ser visto no trailer oficial do filme no colo de Leonardo DiCaprio usando uma camisa, calça e um par de patins.

Segundo a instituição que atua em defesa dos animais, o chimpanzé do filme pertence a uma família, Rosaires, famosa por viajar pelo país com seu circo, que tem como atração macacos adestrados. A família é acusada de maltratar os animais ao, por exemplo, envolver o pescoço dos bichos com uma corda para evitar que eles machuquem os espectadores.

Glamourização do crime

Mais recentemente, DiCaprio e Scorsese foram acusados de glamorizar o estilo de vida de "escapadas sexuais divertidas e farras com cocaína" vividos pelo protagonista. O longa deve estrear no Brasil no dia 24 de janeiro.

No filme, DiCaprio interpreta Jordan Belfort, um corretor da bolsa de valores americana condenado a quatro anos de prisão por um caso de fraude. A acusação partiu de Christina McDowell, cujo pai, Tom Prousalis, era um dos sócios de Belfort. Segundo ela, o filme "exacerba nossa obsessão nacional por riqueza e status" e "glorifica o comportamento psicopático". Ela ainda acusa o filme de ser misógino e degradante para as mulheres.

Em entrevista à revista "Variety", DiCaprio, que também é produtor do filme, se defendeu dizendo que a produção pode ser mal interpretada por alguns. "Espero que as pessoas entendam que não estamos tolerando esse comportamento, nós estamos acusando isso", disse ele à publicação. O livro já é um conto de advertência, e se você prestar atenção ao final do filme vai perceber o que estamos dizendo sobre essas pessoas e sobre este mundo intoxicante".