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Oscar indica 9 ao prêmio de melhor filme; veja quem poderia ser o 10º

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

22/01/2014 12h46

Desde que o Oscar mudou as regras do jogo, em 2010, permitindo que a categoria de melhor filme tenha entre cinco e dez indicados, apenas nove longas têm sido lembrados pela Academia. Em 2014, não foi diferente. Concorrem "Trapaça", "Capitão Phillips", "Clube de Compras Dallas", "Gravidade", "Ela", "Nebraska", "Philomena", "12 Anos de Escravidão", "O Lobo de Wall Street".

Em 2009, eram obrigatoriamente dez indicações, mas a Academia voltou atrás justificando que nem sempre haverá dez bons competidores para preencher a lista. Mesmo assim, o número ímpar sempre causa certa estranheza e a vontade de dar a chance para mais um. Por isso, o UOL listou cinco filmes que poderiam brigar com os indicados oficiais, tendo como base críticas nacionais e internacionais sobre eles.

Na nossa lista estão “Inside Llewyn Davis – Balada de Um Homem Comum", “Blue Jasmine”, "Walt nos Bastidores de Mary Poppins", "Rush: No Limite da Emoção" e “Álbum de Família”, mas filmes como "All Is Lost”, “Fruitvale Station” e  “O Mordomo da Casa Branca” também foram apontados como longas com qualidades suficientes para obter uma indicação a melhor filme. 


"Inside Llewyn Davis – Balada de Um Homem Comum"

  • "Inside Llewyn Davis - Balada de Um Homem Comum"

Dirigido pelos premiados irmãos Coen, a história de um músico folk dos anos 1960 causou impacto no Festival de Cannes em 2013, chegando a ser apontado como um dos favoritos à Palma de Ouro. Porém, mal foi lembrado pela Academia de Hollywood. Recebeu apenas duas indicações ao Oscar: melhor fotografia e melhor desenho de som. A fotografia é realmente estonteante e transmite a aura da cena folk ameicana da década de 1960, mas o filme tem outros atributos. Mostra com poesia a trajetória de um homem fracassado em situações bem banais, muito bem interpretado por Oscar Isaac. Traz também músicas belíssimas interpretadas pelos próprios atores: Isaac, Carey Mulligan e Justin Timberlake. Tudo com muita quebra de expectativa, marca sempre presente nos filmes dos Coen.


"Blue Jasmine"

  • "Blue Jasmine"


Depois de Roma, Paris, Barcelona, Woody Allen volta aos Estados Unidos com mais uma história cativante e com boa dose de neurose, característica quase sempre presente em seus personagens. Cate Blanchett, num papel de uma mulher descontrolada depois de perder tudo e sofrer uma grande desilusão amorosa, vem coletando prêmios graças ao seu talento e aos diálogos criados pelo diretor. A interpretação espetacular, aliada ao bom roteiro de Allen, faz com que o espectador se sensibilize com a personagem mesmo quando sua loucura e arrogância atingem níveis altos. Ao lado "Match Point", "Tudo Pode Dar Certo" e "Vicky Cristina Barcelona", "Blue Jasmine" pode ser considerado um dos melhores filmes do cineasta nos últimos 15 anos.

"Walt nos Bastidores de Mary Poppins"

  • "Walt nos Bastidores de Mary Poppins",


O filme ainda não chegou ao Brasil, mas já dá para notar que tem a cara do Oscar. Tem magia, atores consagrados (Emma Watson e Tom Hanks) e um tema grandioso: a luta de Walt Disney para comprar os direitos dos livros da babá britânica Mary Poppins, que virou filme em 1964. Apontado como sério candidato ao Oscar desde que suas primeiras imagens começaram a surgir, mistura emoção e humor, além do ar romântico, para mostrar as duas semanas em que P.L. Travers passou com Disney trabalhando na possível adaptação de seus livros para o cinema. Segundo a crítica internacional, muitos podem se incomodar com a descrição simpática de Walt Disney, que foi acusado pela sobrinha-neta de ser misógino, racista e antissemita. No entanto, o público deve engolir essa colher de açúcar sem reclamar, já que o novelão dirigido por John Lee Hancock ganha sabor com Hanks e Emma Thompson. Os dois também foram ignorados nas categorias de melhor ator coadjuvante e melhor atriz. 

"Rush: No Limite da Emoção"

  • "Rush: No Limite da Emoção"


A única coisa que o Oscar aproveitou do filme foi Chris Hemsworth, e não foi para indicá-lo a algum prêmio, mas para que ele anunciasse os indicados da 86ª edição dos Academy Awards. O ator, que também dá vida ao herói Thor nas telonas, é uma das estrelas do elogiado filme de Ron Howard, que relembra a história real de rivalidade entre dois pilotos de Fórmula 1 nos anos 1970, o austríaco Niki Lauda e o inglês James Hunt. Graças ao roteiro, que contou com a participação efetiva do Lauda da vida real, o espectador tem a chance de se envolver emocionalmente com uma disputa que transcende as pistas de corrida. Mesmo elogiado pela maioria dos críticos, o filme não foi lembrado em nenhuma categoria.

“Álbum de Família”

  • "Álbum de Família"

O longa promoveu um encontro de gigantes na adaptação cinematográfica da peça de Tracy Letts, que rendeu ao dramaturgo o prêmio Pulitzer em 2008. Meryl Streep e Julia Roberts vivem mãe e filha que, diante de uma crise, voltam a conviver. Essa união, que também que inclui outros membros da família, coloca sobre a mesa todas as mágoas e ressentimentos acumulados em muitas décadas. Há muito de novela mexicana em “Álbum de Família”. Em determinado momento, Streep e Roberts se engalfinham, como mostra o cartaz do filme. Com um roteiro rico em drama, os outros personagens interpretados por Julianne Nicholson, Juliette Lewis, Ewan McGregor e Abigail Breslin vão se envolvendo na trama da família, que implode a cada revelação bombástica. Pelo menos Meryl Streep e Julia Roberts foram lembradas nas categorias de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente.

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