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Parceria entre Scorsese e DiCaprio chega ao 5º filme concorrendo a 5 Oscar

2.nov.2013 - Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese durante jantar em homenagem ao diretor - Charley Gallay/Getty Images
2.nov.2013 - Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese durante jantar em homenagem ao diretor Imagem: Charley Gallay/Getty Images

Gabriel Mestieri

Do UOL, em São Paulo

23/01/2014 05h00

Tudo começou em 1993, quando Martin Scorsese ouviu de Robert De Niro, até então detentor exclusivo do título de "ator queridinho" do diretor, sobre um "garoto" com quem havia trabalhado em "O Despertar de um Homem". "Você deveria trabalhar com ele algum dia", recomendou o astro de "Touro Indomável" e "Taxi Driver" a Scorsese.

Scorsese dirige DiCaprio

Gangues de Nova York (2002)
O Aviador (2004)
Os Infiltrados (2006)
Ilha do Medo (2010)
O Lobo de Wall Street (2013)

O garoto em questão, na época com menos de 20 anos, era Leonardo DiCaprio. Pouco tempo depois, Scorsese assistiu a "Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador" e achou a performance de DiCaprio "ótima", mas não ligou a indicação que recebera de De Niro ao ator que viu na tela interpretando um autista.

"E depois, claro, Titanic. Achei que ele estava muito bem. Então, quando me disseram que ele gostava dos meus filmes, e que sua participação em 'Gangues de Nova York' permitiu que o filme fosse feito, um relacionamento muito especial começou", disse Scorsese ao site Parade em entrevista publicada em junho de 2012.

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    DiCaprio em "Gangues de Nova York"

Já para DiCaprio, a espera foi quase uma tortura. Ao mesmo site, o ator revelou que desde que tinha 16 anos sonhava em trabalhar com o diretor. "Mal podia esperar", disse o ator.

Hoje, 20 anos depois de o diretor de "Os Bons Companheiros" ter ouvido falar de Leo pela primeira vez, a parceria entre os dois chega ao quinto filme com o prestígio de cinco indicações ao Oscar. "O Lobo de Wall Street", que estreia nesta sexta-feira (24) nos cinemas brasileiros, foi indicado a melhor filme, melhor ator, melhor diretor, melhor ator coadjuvante (Jonah Hill) e melhor roteiro adaptado (Terence Winter).

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    DiCaprio em "O Aviador"

Além de "Gangues" (2002), que serviu para "quebrar o gelo" entre os dois, e "Lobo" (2013), onde pode se observar que ambos estão mais do que à vontade trabalhando juntos, Scorsese já dirigiu DiCaprio também em "O Aviador" (2004), "Os Infiltrados" (2006) e "Ilha do Medo" (2010). É notável, portanto, como uma evolução.

Ainda que bem feitos e interessantes, "Gangues" e "Aviador" não conseguem provocar o mesmo nível de empolgação e tensão que "Infiltrados" e "Ilha do Medo". Tampouco dão a DiCaprio a liberdade necessária para atingir os desempenhos estarrecedores das cenas de completa devassidão moral de "O Lobo".

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    DiCaprio em "Os Infiltrados"

O segredo para essa liberdade pode ser encontrado nas declarações dadas por Thelma Schoonmaker, editora de longa data dos filmes de Scorsese, à revista "Vanity Fair", em entrevista publicada no último dia 7.

"Leo confia plenamente em Marty. Muitos atores têm dito que se sentem seguros nas mãos de Marty, porque ele entende que o trabalho pode ser humilhante. Ele já atuou, e ficou muito nervoso, então sabe que atores precisam ter o sentimento de segurança. Assim que eles conseguem esse sentimento, eles estão dispostos a desabrochar e fazer qualquer coisa. Leo tem sido incrivelmente bom em confiar em Marty. Ele está muito corajoso neste filme ["Lobo"], não está? É selvagem o que ele está fazendo", disse Schoonmaker, vencedora de três Oscar de edição por filmes de Scorsese –"Touro Indomável" (1981), "O Aviador" (2004) e "Os Infiltrados" (2007).

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    DiCaprio em "Ilha do Medo"

Já DiCaprio, também indicado ao Oscar de melhor ator em um filme dirigido por Scorsese com "O Aviador" em 2004, deve continuar sem a estatueta. Ainda que sua performance em "O Lobo de Wall Street" tenha faturado o Globo de Ouro de melhor ator de comédia/musical, o Oscar, que costuma privilegiar dramas, têm outros dois indicados com mais chances de levar o prêmio: Matthew McCounaghey, indicado por "Clube de Compras Dallas", e Chiwetel Ejiofor, por "12 Anos de Ecravidão".