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Tom Clancy autorizou nova história sobre Jack Ryan, diz produtor do filme

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

06/02/2014 05h00

O personagem mais famoso do escritor Tom Clancy, o agente da CIA Jack Ryan, volta às telas nesta sexta-feira (7) em "Operação Sombra - Jack Ryan". E o desafio é maior do que combater o terrorismo: ele precisa convencer o grande público de que continua sendo um herói admirável 20 anos depois de sua primeira aparição na telona.

  • Produtor Mace Neufeld

A primeira vez que Jack Ryan apareceu no cinema foi na adaptação de "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), em que um capitão soviético (Sean Connery), a bordo de um submarino, decide contrariar as ordens superiores e navegar em direção aos Estados Unidos. Com medo de um ataque, americanos decidem destruir o submarino. Acreditando em deserção, soviéticos querem fazer o mesmo. O jovem Ryan, na pele de Alec Baldwin, entra em ação para impedir uma tragédia.

Com os anos, a Guerra Fria ficou obsoleta e da última vez que Ryan apareceu no cinema, em 2002, a ameaça era a Terceira Guerra Mundial. Os envolvidos com o novo longa tiveram que modernizar a ameaça. O inimigo dos Estados Unidos continua sendo a Rússia, mas já não há Guerra Fria. No século 21, Ryan precisa impedir que um oligarca russo faça com que os Estados Unidos entre colapso com a desvalorização do dólar, o que poderia provocar até um racionamento de comida. Isso tudo, é claro, combinado a um ataque terrorista.

Uma novidade é que o novo longa, dirigido por Kenneth Branagh ("Thor"), não é adaptação de um dos livros do autor best-seller, que morreu em outubro do ano passado. Em entrevista ao UOL, o produtor Mace Neufeld, que também trabalhou em "Caçada ao Outubro Vermelho", contou que Clancy havia autorizado que uma história original fosse criada a partir de seus livros. "Clancy estava entusiasmado com o novo filme e morreu no dia em que divulgamos o primeiro trailer. Foi uma infeliz coincidência".

Aspectos fundamentais foram respeitados: Jack ainda é um ex-marine contratado pela CIA, mas novos elementos entraram em cena para modernizar o personagem. Neufeld admite que a tarefa não foi fácil. "O roteiro final só saiu depois de vários rascunhos e três roteiristas", disse. Quem assumiu o roteiro final foi David Koepp ("Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"). "Koepp foi muito comprometido. Depois de aceitar o trabalho, ele fechou as portas de seu escritório em Nova York e só saiu de lá seis semanas depois com um roteiro que nos deixou muito empolgados".

Depois de Baldwin, Harrisson Ford e Ben Affleck também encarnaram o personagem e quem fica com essa missão agora é Chris Pine, mais conhecido como o novo Capitão Kirk de "Star Trek". "Chris Pine foi contratado depois de 'Star Trek', mas eu já havia assistido a duas peças dele. Ele não é só um rosto muito bonito. Ele é um rosto muito bonito com muito talento".

Como quase todos os heróis, Jack Ryan tem um par romântico, também conhecido dos outros filmes do personagem. Cathy Muller dessa vez será interpretada por Keira Knightley, escolha de Branagh. Em entrevista recente ao site inglês "Express", Knightley, mais vista em filmes de época, disse que esperava ansiosamente por um papel "divertido". "Eu estava querendo fazer um filme que fosse totalmente divertimento ou algo incrivelmente positivo, porque eu passei os últimos cinco ou seis anos de trabalho morrendo em praticamente todas as histórias", disse. 

O novo tema, os novos atores e opção por "zerar" a história é uma aposta clara para que Jack Ryan conquiste novos admiradores. A intenção é fazer do novo longa uma trilogia, mas Neufeld deixa claro que, como sempre, quem decide é o público. "Se os brasileiros forem ao cinema ver Jack Ryan, teremos mais filmes com esse casal", brincou o produtor.