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"Ninfomaníaca" sairá em Blu-ray mesmo com sexo, afirma distribuidora

Do UOL, em São Paulo*

26/02/2014 18h41

O diretor da distribuidora Califórnia Filmes, Eusébio Munhoz Jr., que detém os direitos de "Ninfomaníaca", de Lars Von Trier, no Brasil, disse nessa quarta-feira (26) que não deixará de lançar o filme em Blu-ray e DVD no país.

O UOL procurou Munhoz Jr. para saber se a distribuidora estava tendo problemas para a produção das mídias do filme por conta das cenas de sexo, como ocorreu com a Imovision com "Azul É a Cor Mais Quente".

"Não sabemos se teremos problemas, mas não deixarei de lançar esse produto, que é uma das maiores bilheterias do diretor", afirmou Munhoz Jr., explicando que o filme, em cartaz nos cinemas, ainda não está fase de lançamento para DVD e blu-ray.

De acordo com a Imovision, as empresas Sonopress e Sony DADC se recusaram a replicar as mídias do filme, devido às cenas de sexo do longa. Procurada pelo UOL, a Sonopress informou que não pode fazer as cópias do filme por conta de "questões contratuais sigilosas". Já a Sony DADC explicou que ainda não tem um posicionamento, mas que se pronunciará em breve sobre o assunto.

Munhoz Jr. Afirmou que também utiliza a Sonopress para seus lançamentos, mas que ainda havia atentado para essa limitação. "Essa questão toda de um possível impedimento só surgiu agora. Ainda não sabemos como vai ser", disse. Ele disse que, se necessário, trabalhará com outra empresa.

O diretor explicou também que, apesar das cenas de sexo, "Ninfomaníaca" não é um filme pornográfico, mas sim de arte.

Palma de Ouro

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2013, "Azul É a Cor Mais Quente", do tunisiano radicado na França Abdellatif Kechiche, acompanha as descobertas sexuais e o amadurecimento de Adèle (Adèle Exarchopoulos), que se envolve com outra garota, Emma (Léa Seydoux).

O filme já esteve envolto em polêmica depois de críticas que Seydoux fez ao diretor. Nas primeiras entrevistas depois do festival de Cannes, Seydoux disse que se sentiu "como uma prostituta" no set quando teve que fingir orgasmo durante seis horas seguidas com três câmeras sobre elas. Chocado, o diretor disse que as afirmações fizeram com que se sentisse "humilhado e desgraçado".

* Com reportagem de Mariane Zendron

Trailer de "Azul É a Cor Mais Quente"