Caio Blat brinca sobre dívidas e diz usar TV para fazer filmes pequenos
Caio Blat tem dormido quatro horas por noite. Sua rotina é intensa: há duas semanas, passou um dia em entrevistas e na pré-estreia de “Alemão”, no qual vive um policial infiltrado entre traficantes. Na semana passada, mais um dia de entrevistas para “Entre Nós”, de Paulo Morelli, um filme sobre o tempo que passa para uma turma de amigos dos 20 aos 30 anos, que estreia nesta quinta (27).
Numa parte da semana, ele está no Rio vivendo o monge budista Sonan na reta final da novela das seis, “Joia Rara”. Na outra parte, está em São Paulo acordando às 5h da manhã para as filmagens de “Califórnia”, primeiro longa de ficção de Marina Person, em que vive o tio doidão de uma garota adolescente nos anos 80. “Tô segurando a onda, porque são projetos dos quais eu tenho muito orgulho. Mas acho que em abril, quando eu parar, o corpo vai sentir”, brinca, em entrevista ao UOL.
Ricardo Darín (dir.) em "O Segredo dos seus Olhos" (2009)
Só nos últimos dez anos, foram 20 filmes – pode-se dizer que ele está para o cinema brasileiro como Ricardo Darín, de “O Segredo dos Seus Olhos” (foto), está para o cinema argentino. “Depois de tanto tempo circulando, você acaba trilhando um caminho próprio. Faço desde um filme do Cláudio Assis [o pesado “Baixio das Bestas”, em que ele protagoniza uma cena de estupro] até a novela das sete [risos]. Me equilibro nessa gangorra, entre esses dois opostos. Tento ser livre pra circular em todos os meios”, diz.
Caio ainda mantém contrato fixo com a Globo, mas sonha em ter um acordo mais solto com a emissora, feito por cada trabalho, como os colegas Daniel de Oliveira e Selton Mello. Mas é o salário da TV que ajuda a pagar as contas e bancar o tempo investido nos projetos menores. “Construí uma casa enorme, tive filho, casei. Ou seja, acabei me endividando”, conta, às gargalhadas. “Mas, num futuro próximo, todos nós sonhamos estar mais livres no mercado”.
Em “Entre Nós”, ele vive o atormentado Felipe, um escritor que esconde um amargo segredo ao longo de dez anos – em meio a uma turma de amigos vividos por Paulo Vilhena e Maria Ribeiro, entre outros, e a mulher (Carolina Dieckmann). Eles se encontram após um afastamento de dez anos. “Todos esses atores cresceram na frente da câmera. Até alguns anos atrás, a gente fazia papel de adolescente. Fiz uma novela com o Paulo Vilhena há 12 anos que se chamava ‘Coração de Estudante’. Esse filme mostra pela primeira vez o tempo chegando pra gente. As primeiras marcas de expressão, os primeiros cabelinhos brancos, a entrada que vai ficando maior”, diz, enquanto aponta as suas rugas e as dos colegas no pôster do filme.
Mas em abril Caio deve ter pouco tempo de descanso. Ele está captando recursos para sua estreia na direção, uma adaptação para as telas do romance “Juliano Pavollini”, de Cristóvão Tezza, história de um jovem dos 16 aos 18 anos passada nos anos 60. O elenco terá Cássia Kiss e uma participação do cantor Criolo, que também assina a trilha sonora recheada de boleros e sambas-canção dos anos 50. E assim, Caio fica ainda mais próximo de Ricardo Darín, que também foi para trás das câmeras há sete anos, dirigindo o filme policial “La Señal”.
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