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Vencedor do Oscar, documentarista de 36 anos cometeu suicídio, diz irmão

 Malik Bendjelloul recebe o Oscar de melhor documentário por "Searching for Sugar Man" em 2013 - Chris Pizzello/Invision/AP
Malik Bendjelloul recebe o Oscar de melhor documentário por "Searching for Sugar Man" em 2013 Imagem: Chris Pizzello/Invision/AP

Do UOL, em São Paulo

14/05/2014 10h37

O documentarista Malik Bendjelloul, que ganhou o Oscar da categoria em 2013 com "Searching for Sugar Man", se suicidou na terça-feira (13), após lutar anos contra a depressão.

Nascido em Ystad, na Suécia, Bendjelloul tinha 36 anos e foi encontrado morto em Estocolmo. A polícia até então não sabia informar a causa da morte.

Segundo a agência de notícias AP, o irmão de Bendjelloul, Johar, afirmou que o cineasta "tirou sua própria vida". "A vida nem sempre é simples", desabafou Johar Bendjelloul. " Eu não sei como lidar com isso . Eu não sei".

O diretor sueco começou como ator na infância, antes de se tornar um repórter da emissora pública SVT da Suécia. Ele chegou a dirigir documentários para a TV e foi repórter de jornal.

Documentário deu fôlego a cantor
"Searching for Sugar Man", primeira empreitada de Bendjelloul na direção, acompanha dois jornalistas sul-africanos que se propuseram a descobrir o que aconteceu com Sixto Rodriguez, um cantor norte-americano que foi popular na África do Sul nos anos 70 e que aparentemente desapareceu sem deixar rastros. Na época, a lenda dizia que o cantor teria se suicidado.

Após o sucesso do filme, Rodriguez revitalizou a carreira e voltou a fazer shows, se apresentando em grandes festivais, como Glastonbury, na Inglaterra, e o Montreux, na Suíça.

Bendjelloul dirigiu, produziu, editou e co-escreveu o filme, que estreou no Festival de Sundance em 2012 onde ganhou o Prêmio do Público. A curiosa história de Rodriguez fez com que "Searching for Sugar Man" ganhasse o prêmio de Melhor Documentário no Bafta e no Oscar em 2013.

O produtor do filme, o britânico Simon Chinn, afirmou à AP que está chocado com a notícia. "Parece inacreditável . Eu o vi há duas semanas, em Londres. Ele era tão cheio de vida, esperança, otimismo e felicidade, estava olhando para o futuro e para colaborações futuras. Nós conversamos sobre trabalhar juntos e sobre idéias específicas. A ideia de que ele não está mais por aqui é muito difícil de processar" , disse Chinn.