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Diretor de "Homens São de Marte..." diz que não queria "humor escrachado"

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio

29/05/2014 06h00

Em seu segundo longa, “Os Homens São de Marte... E É pra Lá que Eu Vou”, Marcus Baldini afirma ter descoberto a chave do sucesso no monólogo homônimo de Mônica Martelli, em cartaz há nove anos. O diretor de “Bruna Surfistinha” (2011) disse ao UOL que quer manter a essência da comédia que estreia nesta quinta-feira (29).

“O grande segredo da adaptação é não perder o DNA da peça. A maior dificuldade era enxergar por que a peça encantava as pessoas e fazer com que isso estivesse presente no filme”, disse ao UOL Baldini.

O diretor de “Bruna Surfistinha” que, em menos de dois meses alcançou a marca de 3 milhões de espectadores na época, torce para que o filme adaptado da peça de Mônica Martelli também conquiste uma legião de espectadores.

“O cinema que eu me propunha tinha de colocar o humor, mas abrir mão do humor escrachado. A gente queria que as pessoas se emocionassem. O filme fala da busca do amor e da personagem que quer casar. É uma comédia sobre romances”, definiu.

Baldini entrou no projeto em outubro de 2012 e, em apenas um ano e meio, o filme já está pronto para ser exibido. O orçamento de R$ 7 milhões foi o suficiente para as gravações, que duraram sete semanas nos meses de novembro e dezembro de 2013, em locações como São Paulo, Campos do Jordão, Guarujá e Bahia.

Artistas globais no elenco
No história, Martelli vive Fernanda que, como muitas mulheres, abandonou a vida pessoal para se dedicar à carreira e, aos 39 anos, acha que sua situação amorosa é emergencial. A personagem aposta tudo em cada relação, se envolve com diferentes tipos de homens –  do político sedutor a um hippie gringo – e a cada tentativa acredita ter encontrado seu par ideal.

Na opinião de Baldini, a história em si já desperta interesse, especialmente das mulheres, e tinha “fôlego” para construir uma trama cinematográfica.

Trailer de "Os Homens São de Marte... E É pra Lá que eu Vou"

“Achei que poderia ajudar a contar com impacto visual, com uma linguagem dinâmica de montagem e decupagem. A peça tinha fôlego para construir a trama. Assim como a história dos personagens masculinos, que achei que fossem dar um colorido novo no filme”, disse o diretor.

No filme, Martelli contracena com o ator Paulo Gustavo (“Vai que Cola”, “Minha Mãe é uma Peça - O Filme”, “Divã”) e Daniele Valente (“Confissões de Adolescente”, “Odeio o Dia dos Namorados”). Os dois são os grandes amigos da protagonista.

Baldini e a produtora Biônica Filmes apostaram em artistas globais para alavancar o filme. Para viver os pares românticos, entraram em cena Marcos Palmeira como Tom e Herson Capri (que, inclusive, foi um dos produtores associados e colaborou com o roteiro), Humberto Martins, como o milionário Robertinho, Eduardo Moscovis como um senador, e o alemão Peter Ketnath (“Cinema, Aspirinas e Urubus").

O cantor Lulu Santos aparece ainda com uma participação especial.

“A gente está fazendo uma comédia sobre romances com humor e emoção, de uma forma diferente. Surgiu um equilíbrio da essência da peça e o relato cinematográfico que eu queria fazer. É um bom momento para comédias brasileiras”, definiu Balidini.

“Homens vão ver o que as mulheres sofrem"
O ator Paulo Gustavo que vive Aníbal, o sócio da personagem de Martelli, diz estar feliz pela conquista da amiga de levar um trabalho que ganhou êxito nos palcos para o cinema.

“Vi quatro vezes a peça, me senti muito em casa, foi uma delícia fazer. Fico feliz por ela ter conseguido. A gente que vive do teatro e vê um trabalho desse tamanho chegar na tela do cinema, é uma realização. Monica tem uma história parecida comigo, a gente batalha, rala e viaja o Brasil inteiro”, contou.

Sobre o tema de que trata o filme, Paulo Gustavo admite que muitas mulheres o procuram para contar seus causos. “As mulheres têm várias reclamações, de que é difícil encontrar um cara que queira namorar e ter compromisso. As pessoas estão cada dia mais descartáveis. Se você dá um beijo na boca na noite e no dia seguinte liga, já é alguma boda aí, nem que seja de plástico”, riu.

Na sua opinião, apesar do filme atrair um público mais feminino, a comédia ajuda a esclarecer dificuldades  nos relacionamentos. “O homem vai entender melhor as mulheres no filme”, disse.

Daniele Valente complementa: “Os homens vão ver o que as mulheres sofrem com a falta de um telefonema. Os homens vão entender um pouco mais a cabeça das mulheres”, afirmou ao UOL.

Valente interpreta Natalie, uma atriz em começo de carreira e melhor amiga de Fernanda. “Esse era um projeto em que eu queria estar, mas achei que minha agenda não fosse permitir, já que eu estava gravando de 18h às 6h no meu programa no Multishow. Atrasou um pouco e as agendas bateram”, lembrou.

Apesar de levar a sério o trabalho de comediante, Valente garante que entrou no projeto do filme para “brincar e se divertir”. “E não é que me botaram para trabalhar pra caramba?”, riu. “Eu já conhecia Monica, pois tínhamos uns quadros no programa 'Zorra Total' (TV Globo). O legal é que eu estava cercada de pessoas conhecidas”, disse.