Angelina Jolie foi nossa primeira e única escolha, diz produtor de Malévola
Quando os estúdios Disney começaram a trabalhar em “Malévola”, em 2011, os produtores tinham várias dúvidas e apenas uma certeza: o papel principal, de antagonista na clássica história de “A Bela Adormecida”, tinha de ser de Angelina Jolie. E não foi das tarefas mais árduas chegar ao denominador comum da maior celebridade do cinema contemporâneo.
“[Angelina] foi nossa primeira e única escolha. Se você olhar a lista de mulheres fortes, que poderiam interpretar todos os ângulos de uma personagem que é fisicamente poderosa, bela e complexa, ela teria poucos nomes. E a Angelina está no topo da lista”, contou ao UOL por telefone Don Hahn, produtor executivo do longa que estreou quinta (29) e revela a origem da vilã criada pelo escritor francês Charles Perrault.
“Ela adorou ver essa personagem crescendo. Ela queria fazer um filme assim. E esta foi uma das coisas mais felizes desde o início: fomos capazes de usá-la não só como atriz, o que foi formidável, mas também por sua sensibilidade para o figurino, o elenco e por sua capacidade de escrever. Ela também é uma produtora consciente.”
Segundo Hahn, as inspirações para criar o universo fantástico e sombrio de “Malévola” passam tanto pela mitologia do conto de fadas quanto por referências estéticas modernas, como as do diretor Tim Burton –originalmente ligado ao projeto. Mas elas acabam mesmo repousando no cânone do filme de 1959, “uma das maiores produções do meio do século 20”.
“Queríamos fazer algo que fosse artístico e original, mas o Robert [Stromberg, diretor] já começou estudando como os elementos funcionariam no original da Disney dos anos 1950”, diz Hahn, que tem no currículo “A Bela e a Fera” e “Rei Leão”.
“Se você colocar os dois filmes lado a lado, perceberá que não são exatamente parecidos, mas acho que existe um espírito, uma certa bravura na parte gráfica que o Robert trouxe e que acredito ser reminiscência do original.”
A experiência de Stromberg, que ajudou a moldar os universos intrincados de “Labirinto do Fauno” e “Jogos Vorazes”, também teve preponderância no resultado final. Um mundo “que é de fantasia, de fascínio e diversão, mas que também em alguns momentos chega a ser totalmente assustador”.
“Todos os filmes são difíceis de fazer, mas o que garante o sucesso são as pessoas ao seu redor. Em ‘Malévola’ tivemos um grande time de colaboradores. Robert Stromberg na direção. James Howard na música. Joe Roth na produção. Ter todas essas pessoas colaborando é o que faz o processo ser excitante.”
E o que faria esse processo ser penoso? Afinal, conforme a sabedoria das fábulas, basta uma simples peripécia para que um sonho se transfigure em pesadelo. Nas palavras de Don Hahn, o desafio é o mesmo de toda superprodução: acertar o tom e a abordagem dos personagens em meio aos “feitiços” lançados pelos efeitos visuais.
“Quando você tem uma história que é mítica e é sobre rodas de fiar, dragões cuspidores de fogo, fadas e tudo mais, é fácil escorregar nos efeitos. E certamente o filme tem muitos deles. Mas a coisa mais importante, e talvez a mais difícil, é manter a veracidade no relacionamento entre Malévola e Aurora. E fazer com que ele fique natural no filme. Parece fácil, mas é sempre a coisa mais difícil.”
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