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Roman Polanski cancela visita a Festival de Locarno para fugir de polêmica

Roman Polanski ganha o prêmio de melhor diretor nos Cesars, premiação do cinema francês - EFE/EPA/IAN LANGSDON
Roman Polanski ganha o prêmio de melhor diretor nos Cesars, premiação do cinema francês Imagem: EFE/EPA/IAN LANGSDON

12/08/2014 10h54

O cineasta Roman Polanski cancelou uma visita planejada para o Festival de Cinema de Locarno, onde receberia, nesta semana, homenagem pela sua obra.

Condenado por crimes sexuais nos EUA em 1977, Polanski é um fugitivo da justiça norte-americana desde então. Em 2009, foi detido na Suíça e permaneceu em prisão domiciliar até 2010, quando a justiça suíça negou o pedido de extradição.

Em carta direcionada ao festival, ele afirmou que não quer provocar controversas, por isso, decidiu não comparecer ao evento, onde também ministraria uma aula para jovens cineastas e exibiria seu mais recente filme, “A Pele de Vênus". A informação foi divulgada pela revista “Variety”.

"Caros amigos, lamento informá-los que tenho analisado até que ponto a minha aparição planejada no Festival de Locarno provoca tensões e controvérsias entre os que se opõem à minha visita, assim como eu respeito as suas opiniões, é com o coração pesado que eu devo cancelar minha visita. Estou profundamente triste em desapontá-los", disse, em carta.

Quando o diretor de “Chinatown” foi anunciado para receber a homenagem, pessoas se manifestaram contrários a decisão. Na política, o partido democrata suíço divulgou um comunicado convidando seus membros a boicotarem a cerimônia de homenagem. 

O festival suíço descreveu o cancelamento por conta dos protestos como "um retrocesso" e disse que "o público vai, assim, ser privado de uma importante oportunidade para o enriquecimento cultural". O evento acrescentou que "continua a afirmar o seu compromisso com o princípio do livre e irrestrito expressão artística"

Crime sexual
Aos 80 anos, Polanski vive na França e tem evitado os EUA durante décadas. Vencedor do Oscar de melhor diretor pelo filme “O Pianista”, em 2003, quem recebeu o troféu em seu nome foi o ator Harrison Ford. O seu caso com Samantha Geimer, na época, com apenas 13 anos, recebeu recente destaque  na reunião de cúpula das Nações Unidas, durante o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, realizada em Beverly Hills. 

Em entrevista ao UOL, na época de lançamento de seu livro, "A Menina", Samantha afirmou que perdoou Polanksi e disse que tem empatia por ele: "Eu o entendo".