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Com "Vingadores" e "Lucy", Scarlett vira heroína de filmes de ação

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

26/08/2014 06h00

Raras, as protagonistas de filmes de ação podem estar enfim assistindo à chegada de uma messias. E ela é  Scarlett Johansson. Após exibir carisma –e curvas– como a Viúva Negra de “Os Vingadores” (2012), terceira maior bilheteria de todos os tempos (US$ 1,5 bilhões no mundo), a musa estreia esta semana no Brasil o longa “Lucy”, do diretor Luc Besson.

Em apenas um mês, a história da supermulher capaz de utilizar 100% do cérebro já faturou US$ 216,7 milhões, US$ 44 milhões apenas no primeiro fim de semana. É a terceira maior abertura de filmes de ação “femininos” na história, atrás apenas de “O Procurado” e “Lara Croft: Tomb Raider”, ambos com Angelina Jolie.

'Os Vingadores' - Scarlett Johansson é a Viúva Negra - Divulgação - Divulgação
Em "Os Vingadores", Scarlett Johansson viva a Viúva Negra
Imagem: Divulgação

Desejada e odiada em iguais proporções, Scarlett, 29, é sucesso até como uma desconhecida heroína de ficção científica, como no caso de “Lucy”. Nos corredores da Disney, rumores já dão conta de que sua fatal personagem em “Vingadores” vai ganhar um filme solo. É a melhor notícia que os seguidores de Angelina, em sua versão pré-cineasta, poderiam ter.

Seja por machismo ou mera falta de qualidade nas produções, filmes de ação estrelados por mulheres nunca foram solo fértil para Hollywood. São raros casos como os de Uma Thurman (“Kill Bill”) e Sigourney Weaver (“Alien”), sempre eclipsados pelos retumbates fracassos das heroínas dos quadrinhos. Como esquecer (ou lembrar?) de Jennifer Garner como “Elektra” e Halle Berry em “Mulher-Gato”? Scarlett, mais do que qualquer outra, dá mostras de que existe alternativa.

De beleza clássica e voluptuosa, espécie de Marilyn Monroe do Século 21, ela construiu fama com personagens problemáticas, quase sempre envolvidas em traições e triâgulos amorosos. Suas “destruidoras de lares” atraíram a atenção do público masculino e, muitas vezes, causaram repulsa no feminino, incomodado com uma sexualidade aparentemente exacerbada. O fato é que é impossível ficar indiferente a Scarlett Johanson, caracterísitica essencial para qualquer bom herói.

A recente guinada na carreira da atriz ganhou forma em 2010, com uma tímida –mas marcante– participação em “Homem de Ferro 2”. Após “Os Vingadores”, que terá continuação em 2015, ela ainda ganhou mais um papel como Viúva Negra da Marvel, no bom “Capitão América 2: O Soldado Invernal” (2014). Enquanto isso, vem alternando projetos menores e de cunho autoral. Parcerias com os cineastas Woody Allen, Christopher Nolan, Spike Jonze e Jonathan Glazer renderam credibilidade artística à musa.

Um olhar não muito aguçado sobre seus papéis recentes revelam, também, que existe um esforço em demonstrar que há cérebro por trás da famosa sensualidade. Em “Sob a Pele”, no papel de uma E.T. que ludibria homens para sugar suas energias; em “Her”, como um computador que se descobre pensante e emocional, e agora em “Lucy”, dando vida simplesmente à mulher mais inteligente do mundo.

Hoje, Scarlett é mais do que um corpinho bonito. E tem seus méritos. Pode se dar ao luxo de investir em filmes independentes, enquanto não poda nuances dramáticas em um blockbuster. Com “Os Vingadores” e “Lucy”, a saga da sucessora de Angelina Jolie pode estar apenas começando.