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Filme francês em Veneza faz comédia doce sobre roubo de caixão de Chaplin

Imagem do filme "La rançon de la gloire", de Xavier Beauvois - Divulgação
Imagem do filme "La rançon de la gloire", de Xavier Beauvois Imagem: Divulgação

Neusa Barbosa

Do UOL, em Veneza

28/08/2014 08h54

Relembrando a inacreditável - mas verdadeira - história do roubo do caixão de Charles Chaplin, na Suíça, em 1977, no filme "La rançon de la gloire" (algo como "o preço da fama"), o diretor francês Xavier Beauvois ("Deuses e Homens"), concorendo ao Leão de Ouro em Veneza, conseguiu o melhor de dois mundos.  Ou seja, não só realismo em vários detalhes do crime e do processo e também assinar uma história doce-amarga que certamente o próprio Chaplin aprovaria.

A família Chaplin apoiou a realização do filme, dando todo acesso aos seus arquivos e ainda permitiu que se usassem trechos de filmes de Chaplin e também da trilha sonora de alguns de seus filmes - que o celebrado compositor francês, Michel Legrand, remixa em algumas cenas, com efeitos diversos. Em vários momentos do filme, a trilha soa excessiva, contradizendo o tom, em geral sutil e relaxado, da narrativa.

Certamente, a identidade e a nacionalidade dos dois ladrões foi totalmente alterada. No filme, são dois imigrantes, como na vida real, que perpetram o mirabolante sequestro, mas aqui um, Osman (Roschdy Zem)  é argelino, o outro, Eddy ( Benoit Poelvoorde), belga. Os verdadeiros eram um polonês, outro búlgaro.  E toda a criativa sequência do circo, que tem a participação inspirada de Chiara Mastroianni, apesar de totalmente inventada, tem tudo a ver com a história, o cinema e o humor de Chaplin. Não à toa, o filme foi aplaudido na sessão de imprensa desta manhã de quinta-feira (28).