Morre, aos 77 anos, o ator e diretor Hugo Carvana
Do UOL, em São Paulo
04/10/2014 13h06
O ator e diretor Hugo Carvana morreu neste sábado (4), aos 77 anos, no Rio de Janeiro.
De acordo com informações do Hospital Pró-Cardíaco, na zona sul do Rio de Janeiro, onde Carvana estava internado desde o último domingo (28), ele morreu por volta das 11h, porém este horário não é oficial. A família não autorizou o hospital divulgar a causa da morte e ainda não há informações sobre o horário e local onde ele será sepultado.
No último sábado (27), o Festival do Rio fez uma sessão especial do filme "Vai Trabalhar Vagabundo", dirigido por Hugo Carvana.Todos os filhos do cineasta estavam na sessão. Carvana não pode comparecer devido à saúde debilitada.
O ator era casado com Martha Alencar há 46 anos, com quem teve quatro filhos, Pedro, Maria Clara, Júlio, e Rita. O último filme que o cineasta dirigiu foi "A Casa da Mãe Joana 2" (2013).
Em 2013, ele concedeu uma entrevista à revista "Persoanlitté", onde falou sobre seu diagnóstico de mal de Parkinson, a idade e de seu humor característico.
"A única coisa que lamento [por envelhecer] é não ter mais agilidade. A raiva que tenho é esta: queria que meu corpo tivesse a mesma energia que tenho na cabeça," lamentou.
"Eu tenho a bactéria do humor. Toda minha obra como autor sempre foi voltada para a comédia. Tenho muito orgulho de dizer que não sigo tendências, faço isso desde 1973, com 'Vai trabalhar, vagabundo'", contou.
Trajetória
Carioca, nascido em Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, Hugo Carvana de Holanda começou sua carreira artística aos 18 anos fazendo figuração para um filme. Depois disso fez 22 chanchadas.
Em 1954, foi fazer teatro. Encenou "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, em 1958, e mais tarde , "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, da companhia do Teatro Nacional de Comédia, TNC.
Ainda nos anos 50, participou do Cinema Novo, estreando com Ruy Guerra, em "Os Cafajestes", e depois trabalhando com Cacá Diegues e Glauber Rocha
Carvana tornou-se conhecido do grande público atuando em novelas na televisão. Foi Daniel Filho quem o convidou para seu primeiro trabalho, "Anastácia, a Mulher sem Destino" (1967). de Janete Clair.
Foi no cinema que Carvana foi mais reconhecido com o primeiro filme que ele dirigiu, "Vai Trabalhar, Vagabundo", de 1973. Com o longa, ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado.
De 1962 a 2013, foram 681 atuações no cinema. Entre elas, "Bravo Guerreiro", de Gustavo Dahl; "A Grande Cidade", "Os Herdeiros", "Quando o Carnaval Chegar" e "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues; "Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos; "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade e Pindorama e "Toda Nudez Será Castigada", de Arnaldo Jabor. O último foi em "Giovanni Improtta", de 2013.