Homem de Ferro brasileiro faz vaquinha de R$ 5.000 para comprar armadura
Por onde quer que passe, o ilustrador Maxx Figueiredo escuta que é parecido com o Homem de Ferro, ou Tony Stark, vivido no cinema pelo ator Robert Downey Jr.
"Já escutei nas ruas, de taxistas. Uma vez um entregador que quis tirar foto comigo para falar que entregou pizza pro Homem de Ferro", disse Figueiredo ao UOL, completando que tinha esse apelido entre amigos até antes de cultivar um cavanhaque semelhante ao do herói nos filmes. "Tá, depois achei legal e resolvi adotar", admite.
A semelhança com o personagem, não para nos traços do rosto e na barba. Figueiredo se tornou um "ciborgue" real após perder a perna direita em um acidente em 2007. E agora ele decidiu usar seus poderes para motivar crianças ao invés de enfrentar supervilões. Ele planeja adquirir uma armadura para visitar crianças necessitadas em hospitais e entidades assistenciais.
"Foi muito feio, eu fiquei quase 15 dias de coma. E eu, adulto, senti como pode ser importante o simples fato de chegar alguém num quarto de hospital trazendo palavras de esperança", contou.
Mas uma coisa o Tony Stark de Hollywood e o brasileiro não têm em comum: a conta bancária. Portanto Figueiredo decidiu fazer uma vaquinha de R$ 5.000 na internet aceitando doações pelo site Catarse para comprar a armadura. Ele se inspirou em iniciativas internacionais semelhantes com voluntários que se vestem como heróis para ajudar crianças.
"Eu tive essa ideia e fui buscar e vi como pessoas faziam. Por mais que seja uma brincadeira, sempre acaba misturando características reais. Um herói pode ser o 'Super Câncer' porque a pessoa teve filhos que morreram de câncer, como as origens dos super-heróis nos quadrinhos", conta. "No meu caso o Homem de Ferro é ideal tanto pela aparência quando esse meu lado 'cibernético'. É uma coisa na brincadeira, mas que espelha a vida real. Após uma grande crise ou você se diverte ou afunda."
Figueiredo também disse que se identificou com os mutantes do "X-Men" após seu acidente. Eu senti na pele o que é ser 'o diferente' aos olhos das pessoas", disse. "O que eu passei foi muito forte, foram muitas experiências que me tornaram muito mais sensível. Faz você repensar o que importa realmente, do que vale ficar só trabalhando para ter mais dinheiro para poder gastar mais".
Ele deu palestras sobre sua recuperação, abriu um site sobre as dificuldades de relacionamentos que os deficientes encontram e a se dedicar a desenhar com a mão esquerda, já que perdeu parte da mobilidade de sua mão direita no acidente. "Além da brincadeira, é esse tipo de mensagem que eu quero passar para as crianças. Quando você precisa de verdade você descobre que pode ser forte como os super-heróis".
Veja abaixo o vídeo em que Figueiredo apresenta seu projeto.
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