Após seleção para o Oscar, Festival Mix Brasil celebra cinema LGBT no país
O cinema abre seu leque nesta quinta-feira com o 22° Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade - maior festival de cinema LGBT da América Latina -, que acontece em São Paulo e traça um interessante panorama de produções temáticas no mundo e, principalmente, no Brasil.
“Hoje eu Quero Voltar Sozinho”, escolhido pelo Brasil para tentar uma vaga entre os indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, hoje um hit nos cinemas alternativos, está na programação, mas o longa de estreia do diretor Daniel Ribeiro é apenas a ponta do iceberg de uma produção nacional viva e diversificada. O festival, sabendo disso, criou até um prêmio especial para os longas e médias-metragens brasileiros: o Coelho de Ouro.
Entre os destaques estão “Favela Gay”, de Rodrigo Felha, sobre a cena LGBT nas comunidades cariocas. O filme mostra como é a vida dos gays nas favelas do Rio de Janeiro e sua convivência com o tráfico, as igrejas evangélicas e a vizinhança. Em outro extremo, na noite de São Paulo, "Hipóteses - Entre o Amor e a Verdade" conta histórias de prostitutas, traficantes, empresários, transexuais, michês e atores na capital. O filme é uma adaptação da peça teatral homônima encenada pelo grupo Os Satyros.
Em sua fantasia “Batguano”, Tavinho Teixeira dá vida ao fetiche dos super-heróis ao colocar Batman e Robin como um casal. Já “Gazelle – The Love Issue” de Cesar Terranova, e "Castanha" seguem os passos de personagens reais em tons ficcionais. “Gazelle” é sobre um comissário de bordo de 45 anos que se transforma em seu alter-ego. Já "Castanha" rodou Berlin e o Festival de Paulínia com a saga de um ator gaúcho que trabalha como drag queen na cena LGBT de Porto Alegre.
A trajetória de Cássia Eller, um dos símbolos LGBT mais representativo da MPB – embora a cantora nunca tenha buscado isso – poderá ser conferido no documentário de Paulo Henrique Fontenelle. Quem assistiu no Festival do Rio e na Mostra de Cinema de São Paulo garante um retrato fiel e emocionante sobre a cantora.
“Para Sempre Teu, Caio F.” de Candé Salles, desvenda, a sua maneira, o íntimo do escritor Caio Fernando Abreu, que explorou relacionamentos gays em seus contos. Concorrem também ao prêmio “Verona”, de Marcelo Caetano, “Nova Dubai”, de Gustavo Vinagre, e “De Gravata e Unha Vermelha”, de Miriam Chnaiderman.
Abertura e pornografia
O evento ainda terá programação especial no Centro Cultural São Paulo (CCSP) - onde acontecerão exibições de filmes, teatro, música, leitura dramática, performances, dança e intervenções culturais, e também nas salas do CINESESC, Espaço Itaú de Cinema – Augusta e sessões open air. Em toda a programação comunidade LGBT e simpatizantes pagam meia-entrada.
O inédito “Algo a Romper”, da sueca Ester Martin Bergsmark, vencedor do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, abre o evento nesta quinta-feira (13), com a presença da diretora. O filme conta a história da batalha pelo amor entre dois jovens, sendo um deles Sebastian, andrógino, e Andreas, que não é gay.
O festival ainda organiza a mostra "Pioneiros do Cinema Homoerótico", uma homenagem especial aos cineastas Wakefield Poole e Peter de Rome, grandes contadores de histórias eróticas das décadas de 60, 70 e 80. Recentemente redescobertos, seus filmes transitavam entre o artístico e o sexualmente explícito, em uma época em que a pornografia gay era considerada ilegal.
22° Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade
São Paulo – 13 a 23 de novembro
CCSP – Centro Cultural São Paulo (cinema/ teatro e shows)
Gratuito a R$1,00
ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA (SALA 3) – Augusta
SEG - R$ 22,00 (inteira) e R$ 11,00 (meia)
TER – R$ 18,00 (inteira) e R$ 9,00 (meia)
QUA – R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
QUI a DOM e FERIADOS – R$ 27,00 (inteira)
CINESESC
SEG a QUI - R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia)
SEX a DOM - R$20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
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