Após cancelar estreia em NY, Sony desiste de lançar "A Entrevista" no Natal
Depois de cancelar a estreia em Nova York, a Sony Pictures anunciou nesta quinta (18) que não irá mais lançar no Natal a comédia "A Entrevista", com os atores Seth Rogen e James Franco, sobre o assassinato do presidente norte-coreano Kim Jong-Un. A informação é da revista "Variety".
"À luz da decisão da maioria dos nossos exibidores de não mostrar o filme 'A Entrevista', nós decidimos não avançar com o lançamento nos cinemas no dia 25 de dezembro. Nós respeitamos e compreendemos a decisão dos nossos parceiros e, é claro, compartilhamos completamente o interesse primordial de segurança dos funcionários e frequentadores dos cinemas", afirmou a Sony em comunicado.
O estúdio afirmou que estava "profundamente triste com este esforço descarado para suprimir a distribuição de um filme e de danificar a nossa empresa".
Mais cedo, a Sony divulgou que também não irá lançar em março, como previsto, o longa "Pyongyang", do diretor Gore Verbinski, estrelado por Steve Carell. Baseado na graphic novel de Guy Delisle, o suspense retrata experiências de um ocidental que trabalha na Coreia do Norte por um ano.
Nesta semana, os hackers, denominados como Guardians of Peace, chegaram a ameaçar a Sony caso o filme fosse lançado, evocando os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os hackers, que disseram também ser responsáveis por invadir os sistemas da Sony Corp no mês passado, alertaram na terça-feira (16) para que as pessoas ficassem longe dos cinemas que exibissem o filme estrelado por James Franco e Seth Rogen, e obscuramente relembraram os cinéfilos sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
"Recomendamos que vocês se mantenham distantes desses lugares nesse período", escreveram os hackers. "(Se sua casa for próxima, é melhor você sair)."
Desde o dia 24 de novembro, o norte-coreano "Guardians of Peace" vem divulgando centenas de dados sigilosas dos estúdios, como documentos de folhas de pagamentos, endereços e e-mails constrangedores trocados entre executivos têm sido liberados on-line.
A ação é uma represália contra lançamento do filme "A Entrevista". Na comédia, James Franco e Seth Rogen interpretam dois jornalistas recrutados pela CIA para exterminar o líder norte-coreano Kim Jong Un. Após especulações, o governo de Jong Un negou qualquer participação nos ataques, embora tenha afirmado que aprova a ação.
Exibidores
Uma porta-voz da Landmark, que iria realizar a sessão de estreia do filme em sua sala no Lower East Side, em Nova York, na quinta-feira, disse por e-mail que a exibição seria cancelada, mas não explicou os motivos. Uma porta-voz da Sony não comentou imediatamente sobre a ameaça.
Executivos da Sony disseram aos donos de cinemas que não cancelariam a distribuição, mas acrescentaram que não teriam objeções se eles decidissem cancelar exibições, de acordo com uma pessoa familiar às discussões.
A Carmike Cinemas, operadora de 278 cinemas em 41 Estados, informou à Sony na terça-feira que não exibiria o filme, disse essa pessoa. Executivos da Carmike não estavam disponíveis para comentários na noite desta terça-feira, segundo um porta-voz.
Um representante do Departamento de Segurança Nacional dos EUA e outras agências de segurança disseram que investigações não haviam encontrado nada concreto que pudesse significar uma ameaça.
"Neste momento, não há inteligência de credibilidade que indique uma trama ativa contra cinéfilos dentro dos EUA", disse o representante do departamento.
Departamentos de polícia em Los Angeles e em Nova York, no entanto, disseram estar considerando os alertas com seriedade.
O governo da Coreia do Norte classificou o filme como um "disfarçado patrocínio do terrorismo, assim como um ato de guerra", em uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Embora o governo norte-coreano negue estar envolvido com o ataque, fontes do FBI disseram à CNN que a Coreia do Norte tem ligações com o grupo de hackers.
*Com informações da Reuters
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