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Sony terá prejuízo de US$ 90 mi com cancelamento de A Entrevista, diz site

Do UOL, em São Paulo

21/12/2014 16h52

A Sony terá um prejuízo de US$ 90 milhões com o cancelamento do filme “A Entrevista”, de acordo com informações obtidas pelo site TheWrap. O lançamento da produção foi cancelado nesta semana, após o grupo Guardiões da Paz, que hackeou os sistemas da Sony, ameaçar realizar ataques terroristas nos cinemas que exibissem o longa.

Com a decisão do estúdio de não lançar o filme em nenhuma mídia, a comédia estrelada por Steh Rogen e James Franco não dará retorno financeiro, segundo fontes próximas à Sony consultadas pelo site. O cálculo dos US$ 90 milhões foi feito com base nos custos investidos no filme: US$ 45 milhões gastos na produção; US$ 35 milhões gastos em marketing para promover o longa nos Estados Unidos; e US$ 10 milhões gastos em marketing para o mercado internacional.

Do valor investido, é possível que a Sony consiga reaver entre US$ 5 milhões e US$ 6 milhões do que foi para o marketing. Mas como o cancelamento aconteceu em cima da hora – o filme deveria estrear nos Estados Unidos no Natal –, é mais provável que o valor seja redirecionado para a promoção de outras produções do estúdio.

A Sony esperava que o filme tivesse um bom desempenho nas bilheterias, arrecadando US$ 80 milhões nos Estados Unidos e US$ 130 milhões no mercado internacional.

Entenda o caso

Contando a história de dois civis que são enviados à Coreia do Norte para matar o ditador Kim Jong-un, "A Entrevista" gerou críticas do governo norte-coreano desde seu anúncio, e sua estreia foi cancelada na última quarta-feira, após ameaças de ataques terroristas aos cinemas que exibissem o longa. "A Sony Pictures não tem planos futuros de lançamento para o filme", disse o porta-voz do estúdio.

A estreia da comédia também está cancelada "até segunda ordem" no Brasil, de acordo com a assessoria de imprensa da Sony no país. O filme estava programado para estrear em circuito nacional no dia 29 de janeiro.

As ameaças partiram do mesmo grupo que realizou um ciberataque aos sistemas da Sony Pictures, expondo dados de funcionários da empresa e conversas sigilosas envolvendo grandes nomes da indústria cinematográfica de Hollywood.

Na sexta, depois do anúncio do cancelamento da estreia, os hackers fizeram novas ameaças, exigindo que o filme jamais seja "lançado, distribuído ou vazado em qualquer formato como, por exemplo, DVD ou pirataria".

Por conta do caso, a Fox divulgou também que não irá lançar em março, como previsto, o longa "Pyongyang", do diretor Gore Verbinski, estrelado por Steve Carell. Baseado na graphic novel de Guy Delisle, o suspense retrata experiências de um ocidental que trabalha na Coreia do Norte por um ano.

FBI responsabiliza Coreia do Norte por ataque

O FBI, órgão federal de investigação dos Estados Unidos, anunciou na sexta-feira que a Coreia do Norte foi responsável pelo ataque hacker à Sony Pictures.

"Como resultado da nossa investigação e em colaboração com outros departamentos e agências do governo, o FBI agora tem informações suficientes para concluir que o governo da Coreia do Norte é responsável por essas ações", disse a agência em comunicado. "Estes atos de intimidação são um comportamento inaceitável de um Estado", acrescentou o texto.

O país asiático negou o envolvimento no caso e chegou a propor uma investigação conjunta no sábado, mas Washington manteve a posição. "Se o governo da Coreia do Norte quer ajudar, têm que admitir sua culpabilidade e compensar a Sony pelos danos que este ataque causou", indicou em declarações à Agência Efe, Mark Stroh, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.