Hackers da Sony agora ameaçam ataque à CNN, segundo site americano
O grupo de hackers que atacaram a Sony Pictures, que se autointitula Guardiães da Paz, expandiram suas ameaças para uma organização de notícias norte-americana, de acordo com uma nota do FBI. Assim que a notícia foi divulgada, a imprensa americana começou imediatamente a identificar a CNN como o novo alvo.
As suspeitas caíram sobre o canal de notícias após a emissora e o apresentador Wolf Blitzer terem sido especificamente insultados em documentos do grupo. Tais papeis foram descobertos no site de compartilhamento de arquivos Pastebin.
Em memorando do FBI, os hackers se referem à Sony como "USPER1" e ao novo alvo, que seria a CNN, como "USPER2". As informações são do site de notícias "The Wrap", especializado no mundo do entretenimento.
Como o site relatou anteriormente, a empresa proprietária da CNN, a Turner Broadcasting, mandou seus funcionários alterarem suas senhas de trabalho antes do Natal, influenciada pelos fatos ocorridos com a Sony.
O ataque hacker à Sony Pictures revelou ao mundo documentos sigilosos da empresa, salários de artistas e até comentários ofensivos a estrelas como Angelina Jolie, Leonardo Di Caprio e até injúrias raciais contra o presidente Barack Obama.
O grupo também exigiu que a Sony não exibisse o filme "A Entrevista", uma comédia estrelada e dirigida por James Franco e Seth Rogen em que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un é vítima de um atentado contra sua vida. A princípio o estúdio se obrigou a suspender a exibição do filme, já que os cinemas se recusaram a exibir a obra com medo de ataques terroristas. Mas posteriormente lançou o longa em cinemas independentes e serviços de "video on demand". Até o momento o filme já faturou pouco mais de US$ 18 milhões, ainda muito aquém do que se gastou com a produção (cerca de US$ 100 mi).
Autoria controversa
O FBI afirma que o ataque foi arquitetado pelo governo do ditador, mas a empresa Norse Corp --que oferece serviços de inteligência contra hackers a seus clientes--, diz ter chegado a uma ex-funcionária com “extenso conhecimento” da rede e das operações da Sony. A empresa diz que sua investigação é independente do FBI e da apuração interna do estúdio.
O vice-presidente da Norse, Kurt Stammberger, disse que meia dúzia de suspeitos teve “envolvimento direto” com o ataque hacker, em ações que foram coordenadas com uso do conhecimento de uma ex-empregada do estúdio. Em uma declaração inicial, ele identificou essa antiga funcionária apenas como “Lena” e sugeriu que ela tenha ligações com o grupo de hackers autointitulado Guardiões da Paz.
“Essa mulher estava precisamente na posição ideal e tinha o profundo conhecimento técnico de que precisava para localizar os servidores específicos que foram comprometidos”, contou Stammberger ao telejornal “CBS News”.
Tais declarações fizeram com que, nesta quarta-feira, o FBI reiterasse sua conclusão de que o ataque hacker seja norte-coreano. “O FBI concluiu que o governo da Coreia do Norte é responsável pelo roubo de dados da rede da Sony Pictures Entertainment”, declarou a agência de inteligência dos EUA, relembrando suas descobertas iniciais. O órgão avisa que a investigação está em curso.
Balões
O ativista Park Sang-hak, um desertor norte-coreano, e a Fundação de Direitos Humanos anunciaram um plano cinematográfico para enviar 100 mil DVDs e USBs contendo o filme "A Entrevista" para a Coreia do Norte. Enviar o material para o país utilizando balões.
A comédia estrelada por James Franco e Seth Rogen em que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, é vítima de um complô para assassiná-lo, foi o pivô de um ataque hacker à Sony Pictures.
O ataque, que segundo o FBI foi arquitetado pelo governo norte-coreano, tinha como objetivo impedir o lançamento do filme e ocasionou o vazamento de diversas informações sigilosas do famoso estúdio de Hollywood.
"A ditadura na Coreia do Norte vai desmoronar se a idolatria ao líder Kim for afetada", disse Parque à agência de notícias Associated Press.
Os DVDs e USBs serão entregues a ativistas no próximo mês, mas a própria queda não ocorrerá até março, quando os ventos do norte serão mais adequados à missão.
No entanto, o ato pode ser mais efetivo para manchetes de jornal que para iniciar uma revolução. Segundo a agência AP relata, computadores e aparelhos de DVD são extremamente raros entre a população norte-coreana, porque é necessária a permissão do governo para possuir algum desses equipamentos. Os analistas também estimam que os custos salariais para se adquirir um computador naquele país demanda o salário de três meses de um trabalhador comum.
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