Com banho de sangue sem fim, suspense "Green Room" faz sucesso em Cannes
Em Cannes, as pessoas ficam tão saturadas de filmes de autor densos e cabeçudos que, quando surge um filme-pipoca, se divertem dez vezes mais do que numa sessão normal fora do festival. Foi o que aconteceu com o suspense "Green Room", na mostra paralela da Quinzena dos Realizadores.
"Green Room" é um banho de sangue sem fim. Uma banda de punk em início de carreira liderada por um rapaz meio tímido (Anton Yelchin, de "O Exterminador do Futuro - A Salvação") vai tocar num clube de beira de estrada, desses muito pulguentos e suspeitos. O dono do clube é vivido por Patrick Stewart (o professor Charles Xavier da franquia "X-Men"), que comanda tudo com sua voz de trovão shakespeariana.
Eles terminam de tocar e uma das meninas da banda esquece o celular carregando no camarim. O rapaz faz o favor de ir lá buscar e, quando chega lá, há uma menina morta, esfaqueada na cabeça, caída no chão. Ele e a banda agora são testemunhas, e os capangas do clube não podem deixá-los sair.
Começa um banho de sangue sem fim, arrancando uns suspiros tensos da plateia. Em uma cena, uma das meninas abre de cima a baixo a barriga de um dos capangas --a cena é filmada sem cortes. Num braço de ferro para impedir que os punks entrem na sala, o rapaz prende o braço na porta e fica com o braço todo deformado. Mas, para quebrar a tensão e dar aquele alívio ao espectador, há sempre uma outra cena mais engraçada.
"Green Room" é o típico thriller de baixo orçamento que pode fazer um bom público mundo afora se encontrar um bom distribuidor em Cannes. O diretor, Jeremy Saulnier, bebe na fonte dos filmes de John Carpenter, de "Halloween" e "Assalto a 13ª DP". É diversão na veia, sem grandes ambições. O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
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