"O Pequeno Príncipe" transforma personagem em empregado de corporação
Para encerrar um festival em que muito se falou da falta de espaço das mulheres no cinema, Cannes reservou dois filmes. Um será exibido no sábado: o novo "Macbeth", em que Marion Cotillard promete brilhar como Lady Macbeth. O outro é "O Pequeno Príncipe", animação em que o diretor de "Kung Fu Panda", Mark Osborne, introduz na famosa história de Saint-Exupéry a personagem de uma garotinha.
A menina, sem nome, conhece um velho aviador (voz de Jeff Bridges na versão em inglês). Ele começa a lhe contar que, há muitos anos, conheceu um pequeno príncipe muito especial que hoje deve morar numa estrela. Em alguns momentos, temos flashbacks do piloto jovem com o príncipe exatamente como conhecemos no livro. Mas a garota pensa que hoje o príncipe pode ser um adulto e viver na Terra, e parte em busca dele.
Sua surpresa: o Príncipe hoje é um mero varredor de telhados numa corporação megacapitalista, chefiada por um homem que comprou até as estrelas. Tudo muito fofo e singelo, e deve agradar mais as crianças mais novas do que os adultos –ao contrário de "Divertida Mente", da Pixar, que diverte qualquer idade.
O grande desafio de Osborne foi pegar os desenhos clássicos do livro e transformar em criaturas tridimensionais de computação gráfica, sem que se perdesse o estilo da história original. "Eu conhecia o livro muito bem, e minha primeira reação foi dizer não. Achava que não se poderia fazer uma adaptação fiel. Mas depois entendi que o material era muito bom para dizer não", disse Osbourne, que desta vez tocou uma produção independente, longe da grande Dreamworks onde fez o sucesso "Kung Fu Panda".
Quase 250 pessoas trabalharam no filme para o qual foram utilizadas duas técnicas de animação: as imagens em 3D produzidas por computação gráfica e "stop motion", onde pequenas figuras de papel são filmadas e animadas quadro a quadro.
"Desenvolvemos a nossa própria estrutura. Por um lado, foi bom, porque não estávamos amarrados a uma estrutura existente. Por outro, foi como construir os trilhos com o trem já andando, o que deu muito medo também", disse.
A obra original de Saint-Exupéry é "difícil de adaptar, ela é íntima e frágil e a inteligência de Mark Osborne foi inserir o livro em uma história mais ampla", explicou Dmitri Rassam, coprodutor francês do filme.
Grandes atores concordaram em emprestar suas vozes aos diferentes personagens nas versões em inglês e francês do filme: além de Bridges, Benicio del Toro, Marion Cotillard (a Rosa em ambos os idiomas), Vincent Cassel (Raposa) e André Dussollier, que interpreta o aviador.
"O Pequeno Príncipe" estreia no dia 20 de agosto no Brasil.
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