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Vítima de stalker em filme, Alessandra Negrini mantém vida real às claras

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

27/06/2015 07h00

Se na ficção "O Gorila", em cartaz nos cinemas, Alessandra Negrini vive uma personagem vítima de um stalker, na vida real a atriz garante que mantém sua vida às claras. "Algumas coisas podem ser expostas, por isso tenho Facebook e Instagram abertos, um jeito de você fazer a sua própria mídia e divulgar o que interessa", disse ela ao UOL.

Na trama, repleta de suspense psicológico, Negrini vive Rosalinda, uma antiga vítima das zombarias feitas por Afrânio (Otávio Muller), um ex-dublador que se diverte passando trotes para as mulheres da vizinhança e tentando seduzi-las sob o pseudônimo de Gorila. Mas um novo rumo é tomado quando ele passa a receber ligações misteriosas e recorre à ajuda de Rosalinda. Tanto Negrini quanto Muller foram premiados no Festival do Rio de 2012 por seus papeis no filme.

Afrânio observa Rosalinda de longe, da janela, mexe nas correspondências dela. Mas, fora das telas, Negrini diz que já tira de letra o interesse público por sua vida privada. "Me acostumei e, em geral, consigo separar bem. Nunca me senti invadida por fãs, isso nunca foi um problema. Em geral é uma abordagem muito carinhosa. Mas pela imprensa mal intencionada, sim. Prefiro não me lembrar, não vale a pena, é uma experiência ruim. Já tive minha vida mais exposta, e ter mudado para São Paulo melhorou essa questão. Aqui é mais sossegado [do que no Rio de Janeiro]".

Mesmo passando por isso, Rosalinda ainda guarda certa afeição e uma necessidade em manter contato com o Gorila, em uma análise sobre a solidão. "Não sou uma pessoa solitária, tenho filhos, amigos, afeto, mas acho que conseguir ficar sozinho é um desafio, uma necessidade e quase um privilégio hoje em dia. Preservar um espaço só seu, íntimo e silencioso sem que fiquemos angustiados, é ter acesso ao elixir do deuses. A possibilidade de comunicação aumentou e ansiedade também, o tempo todo você fica respondendo aos outros, então desligar o celular pode ser libertador".

Com direção de João Eduardo Belmonte (de "Alemão"), o roteiro é adaptado do conto de Sergio Sant'Anna ("Crime Delicado"). "Quando li o conto pela primeira vez achei que renderia um bom filme por causa da força das imagens e da tensão que se mantém do começo ao fim", descreve Negrini. O filme coroa uma fase próspera de Negrine no cinema, depois de trabalhos experimentais com Julio Bressane em "O Abismo Prateado" e "2 Coelhos". "Amo o cinema, mas também TV e teatro. São experiências diferentes, preciso de todas elas. Tento alternar, mas nem sempre é possível. O bom é estar em cena, seja como for".

Assista ao trailer do filme