Oito vezes em que Adam Sandler tentou destruir Hollywood
Adam Sandler parece estar empenhado em destruir a indústria do cinema por dentro. Ele tem a sorte de receber roteiros promissores, porém entrega filmes abaixo de qualquer expectativa. Foi assim com "Click" e aconteceu novamente com "Pixels". "Quando você pensa em como este material poderia ter sido bem aproveitado nas mãos certas, quando vemos ele desperdiçado desse jeito é mais doloroso do que assistir à típica baboseira feita por Sandler", escreveu o crítico Peter Sobczynski no site RogerEbert.com. A revista digital Salon classificou o ato de ver o filme como "uma experiência triste". A nota geral conseguida no site Metacritic, que reúne as notas dadas pelos críticos, foi 27 de 100 possíveis. Entre o público foi um pouco melhor, mas nem tanto: 5.1, de 10. Veja abaixo outras vezes em que Adam Sandler testou a paciência do público e da crítica, em seu plano secreto para dinamitar Hollywood.
"O Rei da Água" (1998)
Nota no Metacritic: 48
Indicações ao Framboesa de Ouro: Pior Ator para Adam Sandler
Crítica sobre O Rei da Àgua, de Adam Sandler
Adam Sandler comete um erro estratégico quando cria um personagem cujos trejeitos e voz têm o mesmo efeito de arranhar um quadro negro, e daí espera que fiquemos ali o filme todo
"Little Nicky - Um Diabo Diferente" (2000)
Nota no Metacritic: 38
Indicações ao Framboesa de Ouro: Pior ator da década (Rob Schneider), Pior Filme, Pior Diretor (Steven Brill), Pior Roteiro, Pior Atriz Coadjuvante (Patricia Arquette), Pior Ator (Adam Sandler)
O truque do diabo, dizem, é não se parecer com o diabo. Pois Adam Sandler deve ter ameaçado as almas de Harvey Keitel e de Patricia Arquette para convencê-los a participar desse filme, no qual interpreta um filho bonzinho do capeta. A obra foi uma maneira de o Diabo - o verdadeiro - mostrar que existem coisas piores que o inferno.
Crítica sobre Little Nicky, de Adam Sandler
'Little Nicky' redefine a frase 'pior filme de todos os tempos', porque pode ser de fato o pior filme de todos os tempos
"Click" (2006)
Nota no Metacritic: 45
Indicações ao Framboesa de Ouro: 0
A premissa é ótima: um controle remoto para controlar sua vida. Nas mãos de Sandler e sua turma, no entanto, o que poderia ser uma comédia leve, porém inteligente (é só ver Bill Murray em "Feitiço do Tempo") se torna um veículo para piadas que ficariam bem no "Zorra Tota"l ou na "Praça É Nossa". Para disfarçar sua falta de talento e mascarar sua expressividade digna de um peixe morto, ele chantageou (vamos supor que ninguém entra nessa por livre e espontânea vontade) o ótimo Christopher Walken e a linda Kate Beckinsale para fazer parte do elenco.
Crítica de "Click" de Adam Sandler
Uma abominação
"Eu Os Declaro Marido e… Larry" (2007)
Nota no Metacritic: 37
Indicações ao Framboesa de Ouro: Pior Filme, Pior Diretor (Dennis Dugan), Pior Roteiro, Pior Ator Coadjuvante (Rob Schneider), Pior Ator (Adam Sandler), Pior Atriz Coadjuvante (Jessica Biel), Pior Ator Coadjuvante (Kevin James), Pior Dupla (Adam Sandler e Kevin James)
Para receber os benefícios como plano de saúde e outros reservados aos casais homossexuais, o personagem de Adam Sandler decide se casar com o amigo de longa data Larry, interpretado por Kevin James, apesar de ambos serem heterossexuais. Isso rende duas ou três piadas durante o filme inteiro, quase nunca de bom gosto. O mais surpreendente é que um dos roteiristas é Alexander Payne, diretor dos ótimos "Eleição", "Sideways", "As Confissões de Schimidt" e "Os Descendentes". Provavelmente Sandler ameaçou retaliar sua família caso ele não colaborasse.
Crítica do filme "Eu Os Declaro Marido e... Larry", de Adam Sandler
Em menos de duas horas, o filme consegue insultar gays, héteros, homens, mulheres, negros, asiáticos, pastores, carteiros, bombeiros, médicos e fãs de música. Os caras são campeões
"Zohan: O Agente Bom de Corte" (2008)
Nota no Metacritic: 54
Indicações ao Framboesa de Ouro: 0
Ora, quem nunca achou que a questão Israel-Palestina, a pretensa homossexualidade de todos os cabeleireiros, sexo com senhoras idosas, e terrorismo não pudessem gerar boas risadas? Adam Sandler certamente sim e fez questão de ele mesmo escrever o roteiro. O pior é que Sandler não estava errado. Tudo isso pode, sim, ser engraçado. Mas nas mãos de gente mais competente, como o Monty Python.
Crítica de Zohan, de Adam Sandler
Na verdade, não faz muito sentido analisar as comédias de Adam Sandler
"Gente Grande" (2010)
Nota no Metacritic: 30
Indicações ao Framboesa de Ouro: Pior Ator Coadjuvante (Rob Schneider)
Foi por filmes assim que inventaram o prêmio Framboesa de Ouro (aliás, o ator Rob Schneider foi indicado como ator coadjuvante). A história mostra vários amigos de infância se reunindo durante as férias e aprontando altas confusões. Para demonstrar o estado terminal de nossa sociedade, o filme fez sucesso e ganhou uma continuação. Para promover o segundo filme, o trailer mostrava apenas um balconista tendo problemas na hora de tirar sorvete de chocolate da máquina. A piada, supostamente engraçada, era a de que o sujeito estaria defecando. Sublime, não?
Crítica de Gente Grande, de Adam Sandler
Um filme que em seus melhores momentos é irrelevante e nos seus piores é impossível de assistir
"Cada um Tem a Gêmea que Merece" (2011)
Nota no Metacritic: 23
Indicações ao Framboesa de Ouro: Ganhou todos os prêmios aos quais foi indicado -- dez, no total
Crítica de "Cada um Tem a Gêmea que Merece", de Adam Sandler
Já faz mais de 24 horas que assisti ao novo filme do Adam Sandler e ainda estou morta por dentro. Ele me fez sentir que a comédia é algo sujo
"Pixels" (2015)
Nota no Metacritic: 27
Indicações ao Framboesa de Ouro: o prêmio só acontecerá no ano que vem
Videogames clássicos, gráficos de primeira linha, Michelle Monaghan, Peter Dinklage (o Tyrion Lannister de "Game of Thrones"). O que poderia dar errado? Ter Adam Sandler envolvido no projeto. Sua interpretação sem vida, seu romance fake com o personagem de Michelle, a necessidade de ser o protagonista joga o filme pela privada. Se estivéssemos na Guerra Fria e Adam Sandler fosse um espião da CIA, certamente ele estaria vendendo seus serviços à KGB. Como alguém ligado ao cinema, é incrível seu esforço para rebaixar o meio.
Crítica de Pixels, de Adam Sandler
Há desculpas legítimas para ir ver 'Pixels'. Perder uma aposta, talvez. Ter um ente querido mantido como refém. Quem sabe um sério golpe na cabeça. Mas nenhum desses motivos (com exceção do último, talvez) lhe dão o direito de assistir e realmente gostar desse refugo cinematográfico feito por Adam Sandler
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