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Aretha Franklin impede exibição de documentário no Festival de Toronto

A cantora Aretha Franklin em cena de documentário dirigido por Sydney Pollack - Reprodução
A cantora Aretha Franklin em cena de documentário dirigido por Sydney Pollack Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

08/09/2015 15h00

Depois de impedir judicialmente a exibição do documentário "Amazing Grace" nos festivais de Telluride e Chicago, nos Estados Unidos, a cantora Aretha Franklin conseguiu tirar o filme também do prestigiado Festival de Toronto, no Canadá.

A informação foi dada nesta terça (8) por um dos advogados da cantora, Jon D. Cantor, à revista "Variety". Segundo nota divulgada pelo festival, os próprios produtores optaram pela não exibição.

Com cenas de show e bastidores, o documentário seria exibido em Toronto nos dias 10, 12 e 20 de setembro. Na segunda data, será trocado pelo drama "Northern Soul", da diretora Elaine Constantine, que tem como pano de fundo a cena da soul britânica dos anos 1970. Ainda não há definição sobre as outras datas.

"Estamos extremamente desapontados que o público de Toronto não poderá ver esta peça extraordinária de arte. A filmagem é verdadeiramente um tesouro cinematográfico da música do século 20, e esperamos que o público do mundo tenha oportunidade de experimentar esse filme assim que uma resolução seja encontrada."

Em comunicado divulgado no sábado (5), a cantora se manifestou sobre os casos. "Justiça, respeito e o que é certo prevaleceu, e o indivíduo tem o direito de possuir sua própria imagem."

Durante anos, Aretha Franklin se opôs à exibição das imagens do filme, com duração de 87 minutos, aparentemente porque o diretor do vídeo, Sydney Pollack, morto em 2008, cometeu um erro técnico ao tentar sincronizar o som com as imagens, segundo relatou o "The Hollywood Reporter".

O filme reproduz uma apresentação realizada em janeiro de 1972, ápice da fase gospel da cantora, no New Temple Missionary Baptist Church, templo batista de Los Angeles.

As músicas foram lançadas no álbum "Amazing Grace" em junho do mesmo ano. Duplo e vencedor de um Grammy em 1973, o disco é o mais vendido da carreira de Aretha e de toda a história da música gospel americana, recebendo certificado de platina dupla nos Estados Unidos --equivalente a dois milhões de cópias.

Em 2008, os estúdios Warner Bros. concederam os direitos do filme ao produtor Alan Elliot por meio de um documento de cessão autoral, no qual se especifica que para exibir o filme é preciso ter o consentimento da cantora.

Durante anos, Elliot e Franklin nunca chegaram a um acordo sobre a possibilidade de exibir o filme. Na decisão liminar sobre o Festival de Telluride, o juiz determinou que o evento não tem o direito de explorar o conteúdo do filme, incorrendo na violação de privacidade e dos direitos da cantora como autora.

*Com informações da agência Efe